Penna: Desastrado equinócio

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Foi na festa de aniversário de Pedro Costa, decano das coisas da Vila e colaborador desta publicação, que recebemos um sinal claro de que a chuva não estava para brincadeira. Era quase março e a rua Wisard inundou como se fosse um rio caudaloso. Comentei com o Mineiro que era apenas o começo. Quando entrar as “águas de março”, fenômeno tão bem cantado por Tom Jobim vamos ter desastres incríveis. “Ih! O carnaval será aí…”, ponderou ele. Logo em seguida perguntou: ”Por que essa variação de data?”. É um tal de equinócio, respondi, mas não me pergunte o que é. O dr. Celta talvez esteja com tempo para lhe explicar.

Sempre fica uma desconfiança quando falamos de água e carnaval, porque aquela; ”As águas vão rolar, ou mamãe eu quero mamar”, definitivamente não se referem ao recurso hídrico e sim ao etílico. Mas passamos o carná literalmente embaixo d’água. Desfiles atrasaram. Blocos não saíram. As fantasias murcharam e a maquiagem borrou. Talvez por isso o resultado do desfile tenha sido tão estapafúrdio. A “Mancha Verde” venceu e a ”Vai-Vai” foi pra segundona. É o cumulo do temporal.

Mesmo assim, ficou clara a necessidade que tínhamos de desabafar, de dizer que a felicidade é a nossa meta maior, e que nem cara feia e nem céu carrancudo vai nos frear. Convém esclarecer, para os leigos, que este ano é regido por Ogum, orixá da guerra, e não se pode vacilar. Resta apenas para um pobre mortal identificar um culpado. Não tenho a menor dúvida em afirmar que o desastrado equinócio, ao marcar o carnaval em março, é o principal suspeito.

José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena<a

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