Beleza em todo lugar

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Impossível passar pela rua e não notar a loja de objetos de decoração de parede roxa. Mas além da cor, a loja atrai pelos objetos, variados e diferentes, e telas, coloridas e alegres. Por trás de tudo isso está o publicitário e artista plástico Ricardo Aquino, que se autodenomina artista visual. “Não gosto do termo decorador. Eu misturo, arrumo e tenho o dom de deixar as coisas mais belas”, diz ele. E tem toda a razão. O que se nota pela loja é uma mistura harmoniosa do antigo com o moderno, do tradicional com o étnico e por aí vai.
Ricardo sempre esteve ligado ao belo: foi manequim, trabalhou muitos anos com moda, pinta telas lindíssimas. Além disso, tem um olhar extremamente clínico para detectar o que está ou não em harmonia. “Decorar é fácil quando se tem dinheiro, agora ache uma panelinha velha e faça ela ficar bonita na decoração?”, questiona ele apontando para uma pequena panela preta disposta sobre livros de arte numa estante, no ambiente superior da loja – um charme!
A idéia de montar a loja foi justamente para que as pessoas conhecessem seus trabalhos de arte e também o seu gosto: “A pessoa tem que se identificar com o meu gosto. Principalmente a mistura, porque a mistura é que caracteriza o talento”, afirma Ricardo. Realmente é preciso conhecer o Ricardo e sua loja para entender sua proposta. “Tem pessoas que vêm aqui, gostam e me chamam para olhar algum ambiente da sua casa”, conta ele, que não gosta de impor seu gosto. “Não imponho nada, não quero brigar. Preciso respeitar o gosto da pessoa, mas posso melhorar”. Às vezes é uma iluminação errada, a altura de um quadro, a disposição de um móvel ou uma mistura descoordenada que fazem um ambiente parecer estranho.
Ricardo afirma que “decorar com pouco é possível, é bacana, mas precisa saber selecionar”. É importante não desprezar as coisas que se tem e valorizar as herdadas, pois tudo tem valor. Para apartamentos pequenos, ele dá uma dica: “Muita gente tem uma sala minúscula e põe um sofá enorme. Você tem que adequar o espaço ao mobiliário”. Ele lembra que entre um sofá e uma mesa de centro tem que ter 50 centímetros de trânsito e conforto.
Ricardo conta que toda vez que viaja volta com o carro cheio de coisas: cabaças, pedras, galhos secos, que usa de mil formas. “Cego é aquele que olha para uma pedra e não vê beleza”, diz.

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