Jornalismo com liberdade

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Quem passa por uma simpática casinha na rua Fidalga, nem sempre imagina que ali é feita uma das revistas mais interessantes do País. Lançada em 1997, a Caros Amigos, produzida pela editora Casa Amarela, tem como ponto forte o jornalismo independente e crítico.
Em cada edição, a Caros Amigos traz uma grande entrevista com personalidades de destaque em determinado campo de atividade, como o econômico, o político, o religioso, o artístico, o esportivo, o filosófico etc. Sempre alguém de opinião independente, pronto para criticar o próprio meio em que atua. Reportagens, um ensaio fotográfico e a opinião dos leitores completam a receita editorial que se firmou e já está no sexto ano de vida, assim como o time de colaboradores que ajuda a formar o perfil da revista: Guto Lacaz, Milton Santos, Luiz Fernando Veríssimo, Paulo Freire, só para citar alguns.
Segundo pesquisa realizada pela editora em 2001, 72% dos leitores da Caros Amigos são homens, com idade entre 20 e 49 anos. 91% desses leitores têm curso superior completo e 19% são pós-graduados. Pouco mais da metade é solteiro, 55%, e 67% trabalha. Um ponto interessante dessa pesquisa é que 16% dos entrevistados declararam passar a revista para outras pessoas após a leitura.
Nesta entrevista, o editor da Caros Amigos, Sérgio de Souza, fala sobre o perfil da revista e o que mudou nesses seis anos em que a publicação está no mercado. “Caros Amigos é uma iniciativa independente, fundada por um grupo de jornalistas e é minha experiência mais duradoura em um veículo de imprensa”, diz Sérgio, que em 40 anos de jornalismo trabalhou em diversos veículos de comunicação.

Qual o perfil editorial da Caros Amigos?
O perfil editorial de Caros Amigos é o perfil crítico, independente de verdade (não temos financiador ou financiadores, nosso compromisso é com nossa própria ética), onde cada colaborador escreve aquilo que deseja escrever, seja sobre política, economia, costumes, religião, arte, comunicação etc.

Desde que foi lançada, em 1997, o que mudou quanto a este perfil?
Não mudou, é a mesma receita editorial e o mesmo espírito crítico desde o número 1.

A revista, a cada mês, traz uma entrevista onde as pessoas, das mais diversas áreas, têm opiniões independentes, podendo criticar o meio em que atuam. Isso já chegou a causar problemas para a Caros Amigos?
Por causa de entrevistas não tivemos problemas, a não ser com os próprios entrevistados. Três deles, famosos, tendo solicitado acesso ao texto que seria publicado, quiseram modificar tanto o que haviam dito e havia sido gravado, desfigurando de tal forma o conteúdo de suas próprias declarações, que tivemos de deixar as entrevistas na gaveta. Em dois desses três casos, as capas já estavam prontas, com foto deles e a respectiva chamada.

Quem lê Caros Amigos?
Da pesquisa que realizamos junto aos leitores, a maioria tem de 20 a 29 anos de idade; 92% estão estudando ou têm curso superior; 19% possuem pós-graduação, enfim, um público que os publicitários e marqueteiros classificam de A e B, principalmente.

O tipo de jornalismo feito pela Caros Amigos, independente e ético, não é comum na imprensa atualmente, independente se revista, jornal, rádio ou televisão. Como se faz para chegar a este formato?
É não fazer acordo ou aliança com qualquer grupo ou entidade, não temer ninguém, trabalhar pensando em levar ao leitor a nossa interpretação dos fatos nacionais e internacionais.

Os colaboradores têm realmente total autonomia sobre o que escrevem?
Total.

Para você, qual o ponto forte da Caros Amigos?
O ponto forte, que se traduz nas capas de praticamente todas as edições, é a grande entrevista, que, conforme o caso, costumamos chamar de “explosiva” ou “risonha e franca”.

Qual reportagem destacaria como a que mais marcou esses oito anos da revista?
Há mais de uma, mas a que provocou maior repercussão foi a que perguntava na capa: “Por que a imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com a jornalista da Globo?”

A editora está sediada na Vila Madalena. A revista influencia o bairro, ou vice –versa?
Acho que só vice-versa. O bairro é muito estimulante.

Fonte: www.carosamigos.com.br

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