Se está morno… Fogo!

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Este ano começou assim. Sem grandes acontecimentos e sem perspectivas de tê-los. Não teremos Copa, nem Eleições e até o presidente é o mesmo. Portanto, a falta de notícias levou o País a superestimar duas manchetes apenas. A disputa pela presidência da Câmara, onde dois candidatos da base do governo, Arlindo e Aldo, estavam na peleja, e um da oposição, o Fruet, apenas bronqueando. Isso ganhou tamanha proporção que a sociedade participou como se fosse eleitora, o que foi bom. Porém não havia teses que dessem substância para um posicionamento além dos habituais achismos. Mas ocupou quase todas as páginas, dividindo com o buraco do metrô de São Paulo que foi igualmente noticiado.
Aqui na Vila, talvez por sua grande proximidade, o buraco ocupou nosso debate com mais calor. Em qualquer roda de conversa era o assunto predominante. Desde aquela liderada por ‘Mãozinha’, ali na mureta da lotérica, até nas mesas de bares e padocas. O assunto vinha recheado de observações catastróficas: “Já pensou se fosse em março quando a cidade está em pleno vapor?”. “Puxa! Eu pego ônibus naquela calçada”. E por ai vinham os comentários, quando alguém ponderou que dos males o menor: ‘E ainda bem que foi ali. Quase desabitado, na beira do rio…’. E olhando para a platéia incrédula, Edmundo perguntou: “Já pensou se fosse na Vila?”. “NOSSA! Exclamaram todos”. “Ali na tumba do Faraó, no cruzamento da Wisard com a Fidalga, um buraco daqueles…”, emendou Pedrão com seu habitual sarcasmo.
Mineiro seria o nosso porta-voz, contando com detalhes de testemunha ocular todos os momentos da hecatombe. Inventariando as perdas e os mortos. As sensações auditivas e os temores. Ainda havia quem relacionasse, ora com a questão do clima, ora com energias negativas, senão não seria a Vila, naturalmente propondo ações imediatas. Duas grandes concentrações, uma contra a emissão do CO², e outra ecumênica, pelo restabelecimento energético do buraco. A Vera Veloso e a Patrícia iriam às duas. Eu, certamente em casa, dedicado a atender os telefonemas de Rafael, Bartô e Antero, todos tentando refazer nosso amor pela vida.

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