Fuga em si maior

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Escrevo nestes chuvosos primeiros dias de novembro. Transito no espaço inóspito dos desiludidos, dos inadaptados e dos pessimistas em geral, sem saber com clareza qual o meu interesse. Sinto apenas a necessidade de estar ali, e com eles. Talvez seja um passo importante antes de uma mudança radical de rota. Não sei… Porque nunca tive qualquer proximidade com este universo. Ao contrário, sempre foram alvo do meu humor cáustico. O fato é que antes tentei voltar ao velho violão e não consegui tocar. Aos jornais e nada. Tentei assistir ao “Tropa de Elite”, induzido pela acusação de fascista que fizeram ao filme, irresponsavelmente. Também não tive interesse.
Penso que os maldosos devam estar achando que este momento tem ligação direta com a situação do Corinthians. Que a segunda divisão é um terror. Deixe que pensem o que quiserem. Nem eu sei direito. Só sei que preciso fazer essa travessia, como bem diz Jovino Cândido. Sabe, abrir a boca como Bartô e dizer: ”O Brasil não vai dar certo nunca. O País é uma merda”. Nesse momento talvez seja uma.
Outro dia conversava com Mineiro sobre Juazeiro do Norte, Padre Cícero e a praça de Todos os Santos, onde deve acontecer o Juízo Final, e conta a historia que aparecia uma pessoa do Crato e gritava: “Pega o ladrão”. Só ficava São Sebastião porque estava todo amarrado. Risos e tal. E continuei contando sobre a falsificação da pasta Kolynos, armas e relógios em Juazeiro (Que foi distrito de Crato).
Esse folclore ainda dá pra agüentar. Mas adulterar o leite com água oxigenada e soda cáustica é o absurdo total. Põe por terra o mito do alimento primordial das crianças e necessitados. Tenha paciência. E Caetano Veloso, artista maior, cantando: “Vaca das divinas tetas”, ora profanadas. Edmundo tenta ampliar com um “imagine o que fazem com o Red Label”. Não quero nem saber meu irmão. Tenho vontade de sumir.

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