Ele voltou para ficar

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Luiz: Eu quero é resgatar a história

Quem atravessou a juventude nos anos 1980 saberá do que a reportagem vai falar neste artigo. A Vila Madalena ainda era um reduto de poucos botecos e os estudantes dos bairros vizinhos baixavam nesses estabelecimentos para quase tudo – paquerar, jogar conversa fora com amenidades ou discutir política e economia. Era um momento de euforia porque o país saia de um longo período de ditadura. A abertura do General Figueiredo foi amplamente comemorada e brindada pelos botequeiros de carteirinha.
Lá no Largo de Pinheiros, bem atrás da Igreja da Nossa Senhora de Montserrat, há 57 anos, num imóvel de esquina onde uma das portas dá para a Rua Padre Carvalho e a outra para a Rua Campo Alegre, abria o Bar das Batidas, mais conhecido como “O cú do padre”, pela sua localização. A direção do lugar estava nas mãos de Mário e Narciso, uma lendária dupla de irmãos que imprimiu ao bar e àquela época uma identidade que até hoje amealha fãs, simpatizantes e histórias no mínimo engraçadas.
Depois que os proprietários morreram, o filho do Narciso assumiu o negócio, mas com a vida de músico não lhe sobrava muito tempo e então o bar fechou. Deu saudades. Deu vontade de tomar aqueles drinks largado em uma daquelas cadeiras espalhadas pela calçada da estratégica esquina. Deu vontade de pedir aquele sanduba de calabresa com provolone, e picles. Deu saudade geral e a notícia que o boteco estava fechado chegou até os ouvidos de Luiz Carlos Bianchi, o cara certo para por fim naquela ausência.
Como empresário da noite, Luiz Carlos já fez um bocado de coisas. Só de parceria com Ricardo Amaral, conhecido empresário de casas famosas como a Papagaios, por exemplo, Luiz soma 12 anos de trabalho. Foi gerente do Latitude, do Área, do Aeroanta. Também comandou o Caxemire, na Vila Olímpia, e do Tipuana, na Rua Fiandeiras. Acumula no currículo o restaurante japonês Sakaná e a balada Gerivá. Hoje, divide com sócios a Chácara Santa Cecília.
A ideia do Luiz é resgatar a história e ele está fazendo isso direitinho. O empresário manteve o piso, o balcão antigo, o liquidificador, as imagens de São Jorge e de N. Sra. Aparecida. E mais, os queijos provolones, linguiças, cachaças, réstias de cebolas e de alhos continuam lá, pendurados e marcados pelo tempo distante. Só falta você para o cenário ficar completo.

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