Penna — A paz e a guerra digital

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GVM MAR22

Tenho falado aqui sobre as mudanças tecnológicas no nosso tempo. A velocidade com que elas acontecem nos surpreendem a todo instante e quase sempre deixando a gente para trás. Chega a ser cruel com quem pretende acompanhar esses movimentos, como é o meu caso. Sinto no olhar das pessoas na Vila Madalena a clara preocupação com os mísseis russos, como se fosse possível a qualquer instante irromper o nosso céu, alvejando pontos estratégicos no bairro. Vejam que uma guerra tão distante, ficou de repente em todo canto do planeta. Até a guerra não é mais aquela. Agora e nas mídias digitais.

Isso sem falar nos debates que acontecem a todo instante. O Edmundo me disse com muita clareza que isso é apenas a ponta do iceberg. E vaticinou: “o mundo vai atrasar cem anos”. Pensei comigo… Se a estupidez avançar mais, vamos ter que recuperar uma dura luta pela paz. Ressuscitar Gandhi, por exemplo. Tem outros que justificam os ataques russos pela ofensiva americana no oriente, como se fosse possível naturalizar bombardeios. A guerra e a indústria bélica são entulhos que já deviam ter sido descartados no século dezenove.

Tudo isso acontece porque o mundo agora é conectado. E aquelas clássicas expressões; para mim nem cheira nem fede ou, antes ele do que eu, não faz o menor sentido. Ainda mais essa neutralidade impossível. Devemos ser sempre contra a guerra e pela paz. E a juventude do mundo passeia em suas ruas gritando: Ucrânia!

José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

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