Meu otimismo titubeia

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Agora com essas notícias sobre o coronavírus, a vaga obscurantista do negacionismo se apresenta como uma onda intransponível. Em todas as frentes, quer política, econômica ou sociocultural, temos dificuldades. Muitos militantes da causa humanista, aqueles do pelotão de frente da pegada civilizatória, emudeceram. E o pior, tentam encontrar o ponto exato onde erraram, para redimir seu pecado, como se houvesse.

Nesse instante Patrícia dá uma olhada na tela do computador e observa: ”você está escrevendo com palavras difíceis, muito intelectual”. Reconheço. Mas o assunto é cabeludo demais, e só com essas palavras consigo me fazer entender. Ou… pretendo. Já vivi momentos complicados ao longo do tempo. Mesmo na ditadura feroz tínhamos um quadro internacional de luta pelas liberdades democráticas, que nos inspiravam. Hoje não. A coisa é geral.

Deito a cabeça no travesseiro, buscando uma saída. Revi toda a situação, peça a peça, como quem conta carneirinhos pra dormir e eu para esclarecer um caminho. Despertei olhando a vida das pessoas que continuam nos seus afazeres diários Tudo de qualquer forma funcionando. Escapou, então, a sociedade brasileira na observação desse conjunto sombrio. E é nela que devemos depositar nossa esperança. Titubiei, mas não entreguei os pontos.

José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

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