Penna – Enquanto se tem tempo, não se tem pressa

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Achei esse sábio conselho, agora usado como título, numa antiga revista “Guia da Vila”, de exatos doze meses, portanto dezembro de 2017, quando me sentia pressionado a dar opinião sobre o caminho que as coisas do país iriam tomar. Dizia aos insistentes perguntadores que tivessem paciência mesmo arriscando algumas possibilidades. Gostei de ter relido a crônica porque fui de uma sinceridade absoluta. Não sabia o que ia acontecer. Embora traçasse possibilidades sombrias, evitei simplificar o que é complexo.

Ao chegar em 2019, com o novo governo empossado, “com um nítido perfil conservador, quais serão as previsões cabíveis? Tenho escutado de tudo. A única coisa que não se discute é a sua legitimidade. De resto se discute tudo. Já ouvi alguns torcendo pro governo dar errado e ter novo impeachment. Ora! Será que o País aguentaria mais uma confusão dessa? Isso não é razoável. Outros acham e torcem pra dar certo. Também não é. Enfim, as opiniões são inconsistentes. Só o Dr. Celta me confessou estar muito incomodado com esse culto a burrice; ‘tenho orgulho de ser ignorante’ dizem aos berros, segundo ele. O Edmundo, sempre reflexivo, recomenda acender muitas velas para espantar os bichos vizagentos do nosso caminho.”

A verdade é que ninguém tem certeza alguma sobre os próximos dias e essa falta de clareza requer cautela. O Brasil é muito forte pra derreter diante de qualquer desmantelo. Somos uma cultura importante para que não seja ouvida num momento desses. Haveremos de trafegar. As águas revoltas desse instante são insuficientes para nos impedir. Por isso, Feliz Ano Novo!

José Luiz de França Penna, presidente de honra do Centro Cultural Vila Madalena

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