As imagens e a imaginação

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Já sou um homem vivido. Portanto, testemunha ocular de muita coisa, algumas decifráveis, outras nem tanto. Porém diante dos noticiários televisivos ainda sou pego emocionalmente descontrolado. Será que a imprensa sabe do poder das imagens apresentadas sobre a nossa cabeça? O bandido executando um ser humano ao vivo ajuda na luta pela paz ou instiga a violência? Essa reflexão pode não chegar a uma conclusão clara, e talvez nem seja o interesse. Mas avaliar o peso da imagem sobre nós é inequívoco.

Lembro de um texto de Jorge Amado, escrito para a revista “Playboy”, sobre a tradicional foto de Guevara, onde ele tentava mensurar aquela força que fez a juventude do mundo aderir ao espírito revolucionário. Quem entende bem disso é o fotógrafo Iatã Canabrava, e que poderia selecionar exemplos e mais exemplos comprobatórios do poder da imagem.

O fato é que mantenho o hábito de ver e ouvir noticiários toda manhã. E passo o resto do dia remoendo os acontecidos, tentando organizar meus movimentos de enfrentamento da realidade. Alguns dirão que, pelo tempo de vida já deveria estar acostumado a isso. Pelo contrário. Todo dia me ponho à disposição, ainda que meio combalido, a lutar pela paz e um mundo melhor.

José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

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