Padrão Pífia

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José Luiz de França Penna

Ao ver triunfar as nulidades… e lá vem Rui Barbosa com o seu oceano de sabedoria, tendo sempre um Tobias Barreto para atravessá-lo com águas pelo joelho. E se a história ciclicamente se repete com certas diferenciações, o momento, por não termos o contraditório, a diferença é que marchamos para unanimidade. E toda ela é burra, como observou, décadas depois, Nelson Rodrigues. O certo é que o não vai dar, o desânimo fruto da descrença, ocupou as mentes nessa parte do planeta.

E não é pra menos. A cada notícia a confirmação da ladeira abaixo dos sonhos. Uns bobos, consumistas. “Eu ia trocar de carro, mas vou ter que esperar e ficar com o velho mesmo.”

Outros sãos, a democracia, o futuro e os filhos. “Vou pras redes sociais esculhambar com tudo. Os políticos, a imprensa e tudo mais.” É claro que não nascemos para o destino dos carneiros. A alma brasileira irônica e criativa já se movimenta no sentido da reparação da rota. E começa como sempre com a galhofa. Estes dias no congresso eu soube que a fisiologia chama de “posto Ipiranga” o gabinete do vice-presidente. Lá onde tem de tudo. É muita imaginação.

Estava aqui nessa conversa quando o anticorintiano mais fanático, mineiro, me dá notícia da derrota para o Palmeiras. Meu Deus! Não bastasse tudo, petrolão, mensalão e fifão, ainda essa. Meu otimismo estrebucha. Levanto pra tomar uma água. Não acho um gancho pra retomar o raciocínio. Realmente está tudo muito ruim. Tudo padrão Fifa. Ou melhor, “padrão PÍFIA”.

José Luiz de França Penna
Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

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