Participação essencial

0
2385

A edição desse mês vai falar de um assunto que ganhou denominações mais precisas na década de 1980, a partir de estudos clínicos que caracterizaram o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – o TDA/H – como um um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma desordem psiquiátrica. Conversamos com Saul Cypel, professor livre-docente de neurologia infantil e consultor do Programa de Desenvolvimento Infantil da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, uma fundação criada em 1965, responsável por disseminar e apoiar o conhecimento como forma eficiente para o desenvolvimento da criança.
De acordo com as palavras do médico, o critério da APA – American Psychiatry Association trabalha para normatizar os critérios que caracterizam os diagnósticos do TDA/H, considerando algumas atitudes comportamentais do indivíduo, como a dificuldade em manter a atenção em jogos ou trabalhos, esquecer-se das atividades rotineiras diárias, ou a negação em seguir regras, falhas ao completar as tarefas escolares e distração exacerbada, são alguns sinais que os pais devem estar atentos. É muito importante levantar o histórico familiar e como se deu o desenvolvimento da criança, aferir como foi a participação dos pais neste processo.
Vale lembrar que a estrutura organizacional familiar é importante para o desenvolvimento psíquico e motor da criança. “Moldagem do comportamento da criança quem faz são os pais”, afirma o neuropediatra. Além disso, o processo de educar os filhos está sendo substituído pelas babás, motoristas e escolas, alerta. Quando a criança chega ao consultório e apresenta sintomas que identificam ser um transtorno como o TDA/H, geralmente a orientação é para que procurem reestruturar a dinâmica familiar e muitas vezes indica-se uma terapia de familia, comenta.
A antecipação de aprendizados ou o exagero de estimulação podem produzir o chamado “estresse tóxico” que vai atuar em sentido contrário prejudicando o desenvolvimento da criança.
“O estímulo adequado e cercado de afeto promove à criança um desenvolvimento emocional saudável com melhores resultados na adolescência, mais participativo socialmente, livre de drogas e preparado para uma vida adulta mais feliz e produtiva”, define.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA