Quando estive no Xingu, percebi que alguns povos minoritaríssimos tinham uma arma contundente que era a má língua. Praguejavam e transformavam maliciosamente alguns fatos na luta por sua sobrevivência. Isso tinha uma ligação direta com a fofoca nas vilas e pequenas cidades. Claro, também como instrumento para maltratar seus adversários ou fortalecer alguma estrutura de poder.
Antigamente, era muito forte a irritação que causava a imprensa marrom. Em algumas regiões do Brasil chamava-se pena-de-aluguel, com o objetivo claro de atrapalhar eleições, favorecendo uma das partes da disputa com vínculos comerciais camuflados.
“É assim a natureza humana. Ninguém perdoa o sucesso do outro” sentenciou o filósofo de Atibaia, Beto Tri. Essa é uma grande verdade, é como se a mediocridade se organizasse para empanar o brilho alheio. Então, é notável como velho espírito humano sobrevive a diversas tecnologias.
O mais recente cibernético “Cumpadi Mineiro”, ainda engatinhando pelas redes sociais, me chamou a atenção para os tais “Fake News”. Achei a conversa meio enrolada, mas ele logo fez uma associação entre “Fake News”, “Trump” e “Neymar”. Fiz de conta que entendi, mas guardei o tema para posterior averiguação. Miguelão MUITO PREOCUPADO (sombrancelhas franzidas), me disse ontem que eu precisava desarmar um comentário maldoso, que estava rolando aqui na Vila sobre minha hipotética riqueza. “Penna! Eles acham que você desapareceu porque enricou!” Acho que ele achava que eu devia bater de casa em casa, mostrando a minha falência. Então concluo, que a fofoca eletrônica, é a nova “Fake News”.
José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena