Na esquina avenidada
um velho vende bolinhas de sabão.
Um garoto vende globo terrestre,
girando com a mão.
O domínio do mundo
nas mãos do garoto
As bolinhas de sabão desaparecem
ao redor do velho…
E o universo, num instante se reduz
à esquina.
Girar a terra com as mãos e
fazer planetas de sabão
É mais que ofício.
É oferecer aos olhos de todos
o delírio são, dos sonhos.
E todos os desejos, num instante, se reduzem
à esquina.
Pegar nas mãos o mundo que nos nega.
Rodá-lo com a velocidade desejada, e
habitar um planeta que nos espera
compartilhar
velho e garoto.
O desejo mútuo da ilusão.
E a cumplicidade dos dois, se reduz
à esquina.
O farol se abre e surge um poema. Foi bom ter esquecido o celular…