O balanço do que virá

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Pronto. Não tenho mais tempo para adiar esta conversa. É agora ou vou complicar a vida das pessoas que fazem o “Guia da Vila”, coisa que não quero. Penso nos amigos leitores das minhas garatujas, e parto para o computador, com um tempo apertado, para conversarmos. Ora, se o ano começa agora depois do Carnaval, é imprescindível que façamos as tais previsões. Pode parecer assunto fácil, mas no Brasil de hoje não é. Seguindo as instruções do padre Matos, devo começar com a numerologia furreca dele. Somando os números de dois mil e dezoito, dá onze. Onze é o partido de Maluf, e ele está preso. O evento político mais importante do ano são as eleições gerais, e não sabemos quais são os candidatos a nada. Tudo depende de julgamentos judiciais e das insólitas convenções partidárias. O que prever?

Ah! Mas na música, gênero artístico importante pra nossa gente, pode haver alguma sugestão. Ao que parece, a sofrência e o sertanejo estão numa competição pra ver quem consegue o verso e a melodia piores. É a escalada do terror. Eu sei que tem gente fazendo coisa boa, mas é tão difícil de ouvir que parece que desistimos da canção.

E na saúde pública?  Bem, aí estou querendo demais. Com as epidemias de dengue, febre amarela e que tais, dá pra se ter alguma luz no túnel? Me comove esse extermínio de pessoas e dos graciosos macacos. Enfim, de todo lado vejo a janela fechada e não tenho prazer nisso. Prefiro pensar então que o ano ainda não começou. Busco o conforto dos que observam que de fato o ano só começara depois da semana santa. Sinto um alívio enorme com a possibilidade de retornar ao tema mais pra frente, para assim poder fazer um balanço das previsões mais ao meu gosto. Positivo. Bem humorado, impávido que nem Morramed Ali, como cantaria Caetano Veloso.

José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena

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