Noites de música de qualidade no Julinho Clube

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Foto: Divulgação

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As noites musicais do Julinho Clube

Um bar na Vila Madalena onde a música de qualidade é a grande atração e criação do violonista e cantor Júlio Cesar Oliveira ou Julinho Camargo, agora mais conhecido como Julinho do Clube.

O Julinho Clube é um espaço com 120m² e tem 27 anos de existência. Decorando as paredes pintadas de preto, instrumentos musicais – bandolim, instrumentos de sopro, fotos de músicos e cantores brasileiros e com destaque de um grande painel com grandes intérpretes e compositores da nossa música, entre eles, Pixinguinha, Adoniram Barbosa, Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Vinicius de Moraes, Dorival Caymi e outros tantos. Isso indique que neste espaço musical da Vila Madalena, não toca qualquer música.

“Gosto de todos os ritmos mas tenho minhas preferências, em particular a música brasileira. Tenho mais de quarenta anos na música. Comecei como crooner de orquestra de formatura e viajei muito até cansar”, conta o simpático e risonho Julinho sentado na mesa redonda onde ele e os artistas se apresentam em concorridas noites de terça a domingo. “Depois, trabalhei por mais de 11 anos em um bar do Bixiga, até que fechou”, lembra.

Foto/Gerson AzevedoJulinho decidiu que era hora de ter o seu próprio bar, com destaque para a música ao vivo. “Aqui no Julinho Clube, as pessoas vêm para ouvir e curtir uma boa música. A cada dia da semana, temos uma programação especial com um estilo diferente, mas sempre com qualidade”. A curadoria é feita pelo Julinho e conta com a parceria dos seus colegas músicos.

Um dos diferenciais do Julinho Clube é que o Julinho repassa a totalidade do arrecadado com os ingressos para os músicos. “Quando eu me apresentava em outras casas, os donos dividiam, às vezes mais para a casa e o resto para os músicos. Como não sou empresário e sim músico que tem um bar, achei que essa é a fórmula certa. E os meus amigos músicos gostam de se apresentar aqui pela liberdade que têm e por esse diferencial”, diz.

Julinho é mineiro e está na capital há muito tempo. “Morava na zona Leste e conheci minha ex-mulher que morava aqui na Vila Madalena. Acabei me mudando para a Vila e estou por aqui”, conta. Julinho teve um bar na Rua dos Pinheiros e por causa da construção do metrô, acabou deixando o imóvel e aqui encontrou o espaço necessário para o bar e ele mora na parte de cima do sobrado que ocupa na Mourato Coelho.

Julinho na fachada do seu clube musical (foto/Gerson Azevedo)
Julinho na fachada do seu clube musical (foto/Gerson Azevedo)
Preocupado com a tranquilidade dos vizinhos, o Julinho Clube tem tratamento acústico no teto, feito com cascas de ovos e cola especial e duas portas de vidros, que minimiza o som para quem está na rua.

Além da boa música, quem frequenta o espaço musical, tem as bebidas, cerveja e caipirinhas especiais como a de mel e gengibre, a de pimenta ou a de gengibre com hortelã, e para beliscar, porções e a carne louca, especial da casa que pode ser pedida em porção ou como sanduíche. “É do bar que eu tiro o meu sustento e cubro as despesas da casa. Depende do movimento, mas me adaptei a essa realidade e estou feliz”, explica.

Quem vai ao Julinho Clube sabe que não tem vez certos estilos de música como sertanejo, funk entre outros mas o Julinho não tem nada contra com os outros gêneros musicais que não tem no clube. E evita cantores e músicos que não conhece a dar uma ‘sopa’ no espaço. “O cliente paga para ouvir música boa tocada por profissionais”, justifica.

Julinho informa que as noites de terça e quarta, “são mais tranquilas e até aceito reservas, mas nos outros dias, não”. A capacidade do clube chega a 100 pessoas. “Passou desse número, precisa esperar. E filas nos finais de semana, são comuns”, avisa.

Durante os quase dois anos de pandemia, o Julinho Clube ficou fechado. Para não ficar parado, Julinho fez algumas lives e contou com a colaboração de músicos e amigos. “Gente como Yamandu Costa e outros músicos criaram uma vaquinha virtual para ajudar na manutenção do clube. Foi ótimo saber o clube é querido pelos músicos”, diz.

Músicos famosos são frequentes por aqui. Muitos vêm depois de se apresentarem em outras casas na cidade. “É sempre legal ter um músico dando uma canja”. A lista de quem esteve no clube é longa, mas Julinho cita o “uruguaio e ganhador do Oscar Jorge Dexler. Ele pediu para d ar uma ‘canja’ e eu e o público, é claro, gostamos muito. Mas muita gente já fez isso”, garante. Muitos dos músicos que aqui se apresentaram fazem parte do painel na entrada do clube. A lista é longa.

Para quem quer curtir um show no Julinho Clube é escolher o dia. A programação é a seguinte: Terça sim, terça não, tem Gina Garcia (mãe da Gloria Goover) e Brasilidade às Terças, com clássicos da MBP; Salomão Soares, Carlinhos Noronha e Guilherme Bandeira fazem o Som das Quartas; o grupo formado com banda de Fernando Ramos, Abel Cardoso e André Saroti, apresentam na quinta a Flashback Night; Julinho toca e canta com músicos convidados nas noites de sexta e sábado; e domingo, tem o Sarau Lua Nova, “músicos que eu conheço ou que são recomendados por outros músicos”.

A casa abre as portas às 21h e os shows começam a partir das 22h. Os clientes pagam R$ 25 de entrada. (GA)

Julinho Clube, Rua Mourato Coelho, 525, Telefone 99610-1860 (Whats), facebook.com/julinhoclube, @julinho_clube

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