Nunca estive tão impressionado com esse clima como agora. Um calor de rachar mamona, para em seguida desabar um toró daqueles, alagando tudo. Sempre tem daqueles que tentam me alertar ser assim mesmo no verão. E eu conto a história de uma quinta-feira dessas, quando a noite em casa, da minha janela, vi um espetáculo dantesco. Uma explosão de raios com a característica sonoplastia dos trovões. Não era normal o que via. Tão impactado liguei para alguns amigos comentando. Claro! Mineiro já estava embaixo das cobertas, com medo. No outro dia procurei na imprensa e estava lá; “24 mil raios a noite passada”. E vêm me dizer que é assim mesmo? O mundo está de ponta-cabeça. Outro observa que só falta nevar. Neve não teve, mas granizo bastante, digo.
Mas se fosse só o clima, tudo bem. E as pontes e viadutos a nos causar intranquilidade. Já tem uns tantos condenados e outros em atenção. Ainda bem que o Carnaval é em março, quando o Brasil começa e aí os engarrafamentos serão caóticos. Dias atrás, vindo de algum lugar, comentei sobre as inundações em São Paulo e o meu interlocutor observou que não chovia na Cantareira, o mais importante reservatório de água. Acho que ele queria me deixar louco. Só faltava crise hídrica logo mais.
Liguei pro Edmundo e ouvi toda a resenha do juízo final. Olha, o País só retoma o processo democrático daqui a vinte anos. Com a idade que tenho, não será mais pra mim, pensei. Daí ele perguntou quem era Davi Alcolumbre. O novo presidente do congresso nacional, respondi. Isso eu sei, disse com impaciência. É um rapaz de Macapá, mas acho que não se deve levar muito a sério esse momento. Tudo está fora da órbita, como diria Caetano Veloso!
José Luiz de França Penna, presidente de honra do Centro Cultural Vila Madalena