Observo com interesse as movimentações da nossa gente. Verdadeiros núcleos de resistência civilizatória. É assim no carnaval, uma explosão de criatividade na música, na dança, nas roupas e seu design. Os terreiros religiosos afro-descendentes. Também os índios em suas manifestações. Esses dias estive num baile de samba-rock. Quanta graça e paz.
Com esse espírito sou atropelado todo dia por uma realidade absurda. Crimes, assaltos e roubos, contravenções e corrupção. Será que merecemos isso? Não vejo caminho entre o que somos vocacionados e essa quase catástrofe. Lembro de Raul Seixas em “Pare o mundo que eu quero descer”, ou mesmo Jô Soares no seu “Arranque o tubo”. Ora, a que interesses atende esta maluquice? Só a crise econômica explica? Ou será uma explosão periódica de sadismo como disse Ortega y Gasset? Não sei. Só sei que devemos resistir.
José Luiz de França Penna, presidente de honra do Centro Cultural Vila Madalena