Reparem que de fato nada muda seriamente. O sol se põe criando a noite para horas depois brilhar novamente numa rotina interminável. Coisa que os trágicos traduzem com a expressão, mais um dia é menos um dia de vida. Dizia Edmundo no alto do seu materialismo dialético, para justificar em seguida, é tudo interesse econômico… é comércio… Dia de tudo que é coisa e agora inventaram uma tal de Black Friday.
Como já conheço de sobra o discurso da figura, me apresso a ouvir outros depoimentos que me ajudem a construir uma ideia animadora para o ano recentemente inaugurado. Não estive com ele, mas o Padre Matos apelaria direto para os números, explicando o fracasso do ano passado pela sua soma, 2016 = 9. E noves fora nada. Ao contrário, chamaria a atenção, façam a mesma operação. 2017… dá DEZ! Mais animador que isso impossível, porém essa abstração aritmética não convence a todos.
Continuo perseguindo meu objetivo que é saudar esse novo ano com o meu otimismo de sempre, e reconheço não ser nada fácil. Do ponto de vista político então, muito menos. Só Domenico de Masi, grande pensador italiano, explicou com propriedade esse momento. Estamos infantilizados. Mineiro interrompe com uma observação: ”Engraçado, não falamos mais de futebol”. Também com o Palmeiras campeão… falar de que?
Mas um ano novo é vida nova. Esperanças renovadas. A eterna capacidade brasileira de se reinventar. De surpreender a adversidade. Bem… pra isso recupero a explicação numérica do Padre Matos. 2017 é DEZ… e Mil são os meus votos de feliz ANO NOVO!
José Luiz de França Penna, Presidente de Honra do Centro Cultural Vila Madalena