Traços|urbanos

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Ele trabalha com tela e pinta elementos da vida urbana. Ela customiza móveis e busca na vida do campo a inspiração. Das doze edições do “Arte da Vila Madalena”, Sergio Fabris só não participou da primeira. 

No último evento, realizado dias 13 e 14 de abril, foi dele o cartaz para divulgar “a festa”, que tem como objetivo principal trazer gente de fora do bairro para conhecer os artistas locais que trabalham em diversas áreas como pintura, joalheria, grafitti, instalações, entre outras. As pessoas apareceram e circularam – o evento recebeu apoio de uma emissora de televisão, que disponibilizou vans para facilitar o acesso dos visitantes –, nos 42 ateliês que tiveram as portas abertas, sem contar as atividades paralelas, incluindo o dele, claro. “Foi um dos melhores movimentos. Teve ano que dava desânimo de ficar parado, não entrava ninguém. Nos dois dias passaram pelo meu ateliê umas 300 pessoas”, conta.

Sergio divide o ateliê com a esposa, a também artista Daniela Saraiva. Ele faz esculturas, instalações, é design gráfico e pinta. Nas suas telas, em que usa diversas técnicas, como óleo, nanquim e acrílica, mostra os traços de São Paulo, que tem ganhado um contorno pouco agradável à sensibilidade dos moradores e do próprio Sergio, apesar de, na identidade visual que fez para o evento, retratar o bairro de forma quase bucólica: o artista, cara a cara com a tela, rodeado por casinhas. “A Arte da Vila divulga os ateliês, coloca a Vila como bairro dos artistas em contraponto a essa especulação imobiliária que está levando gente, inclusive ateliês, para bairros paralelos, como Pompeia, Butantã”, avalia. Como morador há 14 anos do bairro, ele diz que o excesso de construção está piorando o trânsito e reclama da lentidão do poder público em fazer obras para melhorar a infraestrutura. “Quando chove, a enxurrada vem forte e entra em boa parte do meu quintal. Um morador antigo disse que já apresentaram vários projetos para melhorar a situação, mas só ficou no papel”, lamenta.

Daniela faz customização de móveis, objetos mobiliários, paredes de interiores, e trabalha com madeira de demolição, buscando inspiração em cidades do interior, onde nasceu. Uma vez por ano faz lançamento de sua produção. Ela também lamenta os rumos que o bairro está tomando: “A Vila está se verticalizando muito”. Os dois moram num apartamento no bairro de Perdizes.

Atelier Galeria Sérgio Fabris e Daniela Saraiva
Rua Medeiros de Albuquerque, 313
Telefones 3813-9682 e 9-9227-7675
http://sergio-fabris.blogspot.com.br/
www.danielasaraiva.com.br/

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