Alguns estudos orientados por organizações ligadas à área da Saúde afirmam que a mulher cuida mais da própria saúde do que o homem porque já existe um conceito que imprime esse comportamento às mulheres. Em 2008, por exemplo, 250 médicos especialistas foram ouvidos em uma pesquisa que fez parte de um programa de ações políticas voltadas para esse tema.
Entre algumas respostas para esse comportamento masculino, o estudo chegou à conclusão que a população masculina não procura o médico por conta de barreiras culturais. A maioria dos homens recorre aos serviços da Saúde quando a doença está em um grau mais avançado e aí fica mais difícil contornar a situação, não apenas pela dificuldade maior de enfrentar o tratamento, mas porque o estágio avançado de certas enfermidades envolve emocionalmente os parentes e amigos próximos, ajudando a desestabilizar o trabalho de confiança que o médico tenta passar ao paciente.
Quando os pacientes não aderem efetivamente às medidas de saúde, a incidência de doenças e de mortalidade aumenta. Segundo o Ministério da Saúde, a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Além disso, os homens vivem, em média, sete anos menos que as mulheres e têm maior incidência de doenças do coração.
Conversamos com Humberto Felício Gonçalves de Freitas, médico formado pela Faculdade de Medicina da UFRJ, com doutorado em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para ouvir dele algumas sugestões para o homem na faixa etária entre os 40 e 65 anos, fase mais comum de surgirem doenças como câncer de próstata, isquemias cerebrais, ou doenças cardiovasculares.
A prevenção, segundo o médico, é a melhor atitude. “Homens com mais de 40 anos devem procurar o médico pelo menos uma vez ao ano para fazer exames de detecção de câncer de próstata”, ou outros de menor visibilidade na mídia, mas que acontecem com frequência neste público, como o câncer de pele, de tireoide e câncer do reto.
Acima dos 50 anos, explica Freitas, o paciente deve ficar atento ao histórico familiar e, se há casos de diagnóstico para doenças coronárias, isquêmicas ou de câncer, é imprescindível que o paciente faça visitas regularmente ao médico, que por sua vez, vai solicitar exames clínicos que ajudarão a detectar a doença ainda na fase inicial. E isso faz toda a diferença para o sucesso do tratamento.