Desde 2005, um grupo de atores-comediantes se reúne no palco do Bleecker St., na Vila Madalena, com um único objetivo: arrancar boas risadas do público. É o Clube da Comédia Stand-up, espetáculo que aposta no gênero de comédia que privilegia o humorista de “cara limpa”, sem maquiagens ou personagens, apenas um microfone e histórias engraçadas.
O gênero stand-up é uma linha de comédia que, a cada dia, vem ganhando mais adeptos no Brasil. Marcelo Masnfield, Marcela Leal, Rafinha Bastos, Oscar Filho, Diogo Portugal e Denilo Gentilli, do Clube, fazem um show que dura cerca de uma hora.
Organizado, o espetáculo tem algumas “regras”. Os textos, criação dos próprios comediantes, são renovados a cada mês. Não vale contar anedotas e o material tem que ser criado por eles próprios. Como inspiração, as observações do cotidiano ou as experiências pessoais. “Tem muita graça que nasce da desgraça. A gente se dá mal na vida e tenta levar para o outro lado e faz graça. É um dos tipos de piada que o público mais gosta”, diz Danilo.
Além disso, o improviso no palco é imprescindível, como observa Oscar, pois cada público responde de uma maneira. “Às vezes, até um comentário que você faz de improviso pode virar piada num próximo texto”. Mansfield complementa dizendo que “chega uma hora em que as pessoas estão cansadas de rir e um texto pode funcionar até melhor do que o outro”.
Outro detalhe é que os atores não encarnam um personagem. Para Oscar, o stand-up é mais difícil porque quem é avaliado é o próprio ator. “Subo no palco e falo: oi, meu nome é Oscar Filho. Se não rirem vão me achar sem graça. Quando é o personagem, se faço o Zé e a Maria, talvez as pessoas não gostem do Zé, mas gostem da Maria. Então não é o Oscar que está na reta, mas o personagem”.
No Brasil, a stand-up comedy não teve muitos seguidores ao longo do tempo, mas com o sucesso do Clube da Comédia a linguagem está sendo resgatada e mostra sinais de que tende a se popularizar em pouco tempo.