O número de acidentes de trabalho no País cresceu 4,8% em 2005 em relação ao ano anterior, segundo informações da Secretaria da Previdência Social. A indústria, seguida por serviços e agricultura são os setores campeões em acidentes. Os casos mais comuns envolvem quedas de alturas e ferimentos provocados por máquinas e equipamentos.
Aliado às doenças profissionais causadas pelo exercício da função, pelas condições de trabalho, acidentes que ocorrem fora do local de trabalho, a serviço da empresa; e acidentes no trajeto da casa para o trabalho ou vice-versa está a saúde mental e emocional do empregado. Independente do tempo de afastamento, o funcionário precisa passar por um programa de reintegração na empresa.
O psicólogo José Carlos Antônio, especializado em sexualidade humana, DSTs, dependência química e laudo pericial trabalhista, explica que um funcionário afastado cria uma “janela” na empresa, gerando dúvidas e incertezas em empregado e empregador. “Muitas vezes esse funcionário passou por um trauma muito grande, que pode ser desde uma lesão, cirurgia, amputação ou queimaduras. Dependendo do caso é necessário trabalhar perda, auto-estima, aceitação, estresse pós-traumatico ou mesmo a relação com a família e colegas de trabalho”. Inclusive, o psicólogo se dispõe a entender a causa do acidente. “É preciso ter uma visão macro da empresa”, observa.
Para José Carlos, a saúde mental e emocional do funcionário depende do direcionamento que dará a sua vida profissional.”É muito comum este empregado ser transferido para algum setor irrelevante e a carreira profissional deixa de existir”.
Um bom exemplo de reintegração à empresa é de um paciente que trabalhou 15 anos como soldador de uma caldeireira e teve 40% do corpo queimado. “Quando retornou à empresa foi identificada uma atividade compatível à sua condição física e psiquica. Ele passou a fazer cursos de informática e técnico de engenharia. Ficou tão motivado que prestou vestibular para engenharia e hoje faz faculdade na área, ocupando o cargo de trainee no departamento de engenharia e projetos da empresa. Neste casou houve boa vontade da empresa e compreensão das pessoas, gerando novas perspectivas de vida. O paciente precisa ter em mente que toda perda envolve m um ganho”, recorda, finalizando.
Fonte: www.meusalario.com.br