Tratando a compulsão

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Kátia Gomes

Quem tem na família um dependente químico ou portador de HIV sabe o quanto esse tipo de problema afeta os relacionamentos afetivos. Não se pode desconsiderar o que certos conflitos implicam em outras áreas da vida. É por esta razão, que o psicólogo José Carlos Antônio se especializou em dependência química, doenças infecto-contagiosas, DST, Aids e sexualidade humana, atendendo a adolescentes, adultos, idosos e casais em seu consultório ou em domicílio.
Ele explica que existem casos clássicos que confirmam a ligação das doenças e vícios com o desempenho sexual do casal e seu estado emocional. Por exemplo, o fato de pessoas acima dos 50 anos terem retomado sua vida sexual, graças a remédios como o Viagra, e acreditarem estarem imunes a qualquer mal, e por isso não usam preservativos, acabam se contaminando através de relações extraconjugais. O mesmo pode acontecer com a mulher que procura satisfazer seus desejos fora do casamento. Não bastasse a doença já ser um grande problema, com uma série de restrições, o indivíduo tem de enfrentar a família. Nesse momento, José Carlos, conta que é preciso trabalhar a questão da auto-estima, sendo possível levar uma vida normal e aceitar a morte. Na fase terminal, porém, é importante trabalhar no paciente a questão da vida. O que ele construiu de bom.
Outro exemplo é o aumento do índice de crianças e adolescentes viciados em drogas. Segundo José Carlos, no estado de São Paulo, 40% dos estudantes são usuários de algum tipo de entorpecente. Uma considerável parcela dessas crianças e adolescentes acabam se contaminando com o vírus da Aids. Para o psicólogo, tudo isso faz com que o indivíduo não tenha uma vida sexual sadia. “Quando eles chegam ao consultório já estão cientes de seu conflito e se dizem vítimas da situação. O que se precisa trabalhar é a aceitação da doença e como conviver com ela. Quando o problema é somente a droga o tratamento tem como objetivo estabilizar o quadro de dependência e inserir o paciente no mundo real”, diz o psicólogo, que em casos extremos dispõe de serviço de leva e traz, a fim de estimular que o paciente saia de casa. “O conflito se caracteriza quando se busca prazer em algo de fácil acesso como droga, sexo, trabalho, compras… Tudo é compulsivo”.

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