8 anos de Aprendiz

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A Cidade Escola Aprendiz está comemorando seu oitavo ano de atividades que começaram na Vila Madalena e ganharam força em outros bairros da cidade. A data foi marcada pelo seminário “Escola sem Muros – Uma Nova Geografia do Aprendizado”, realizado no Colégio Santa Cruz, em Pinheiros. O evento, que foi aberto pelo presidente da Cidade Escola Aprendiz, Miguel Pereira Neto, contou com a participação do jornalista Gilberto Dimenstein, do secretário de educação do Estado de São Paulo, Gabriel Chalita, entre outros representantes do poder público, de entidades e de escolas que participam do projeto Bairro-Escola.
“Nesses oito anos desenvolvemos um laboratório de pedagogia comunitária, dentro da ação do conceito de Bairro-Escola. Foram experiências importantes sobre como integrar a escola e a comunidade e vice-versa; onde o aluno aprende e ensina, e o professor, da mesma forma, ensina e aprende”, lembrou Miguel.
Durante todo o dia, os convidados assistiram a debates, palestras e participaram de oficinas, voltados à discussão de como transformar a comunidade em instrumento de melhoria educacional. No período da manhã, dois talk-shows trataram do tema “Relatos de experiências de integração escola comunidade”, e, à tarde, as atividades sobre sobre as “Trilhas Educativas como Agente de Articulação Comunitária”.

Transformações

O Projeto Aprendiz foi criado em 1997, por Dimenstein, com foco em educação comunitária. A primeira ação da ONG foi o site www.aprendiz. org.br, que complementava e atualizava em tempo real o conteúdo do livro Aprendiz do Futuro, lançado à época pela editora Ática. O site era mantido por jovens de escolas públicas e particulares, coordenado por jornalistas, em parceria com o Colégio Bandeirantes. A partir da redação do site outros projetos envolvendo comunicação, educação e participação juvenil surgiram: Oficina de Sites, Redação Escola e, finalmente, a ONG Cidade Escola Aprendiz, cujo nome tem muito a ver com as lições extraídas de São Paulo, uma cidade violenta e agressiva, que gera a necessidade da busca da harmonia, da composição da ética com a estética e a volta do prazer de conhecer seus próprios espaços e sua comunidade. “O Aprendiz traz uma experiência no sentido de que nós realizamos sonhos em conjunto. Como se nós imaginassemos como cada cantinho pudesse ser melhorado”, acrescenta o presidente da ONG.
A partir de então, com o intuito de desenvolver experimentos educacionais, a arte a informática foram utilizadas com ferramentas para aperfeiçoar a expressão e a comunicação do jovem. O Projeto 100 Muros foi o ponto de partida na transição do Aprendiz do mundo virtual para o real, envolvendo agentes sociais, educadores, jovens, crianças e adultos da comunidade para revitalizar muros da cidade, o primeiro passo para a aplicação do conceito Bairro-Escola: cidades transformadas em comunidades educativas, com cafés, praças, becos, restaurantes, livrarias, entre outros, transformados em salas de aulas, construindo uma inter-relação com as escolas.
O projeto se expandiu e chegou ao formato que se vê hoje, com a Escola na Praça; o Café Aprendiz, o Clube do Saber e o Projeto Vitrine Aprendiz, oferecendo diversas oficinas à comunidade. Em 2005, com o apoio da Unicef e da Fundação Abrinq, foi publicado o livro “Bairro-Escola – Mobilizando o potencial educativo da comunidade”. A edição traz a sistematização do conceito bairro-escola, considerado pela UNESCO referência mundial em educação.

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