Leishmaniose, dor evitável

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A leishmaniose é uma doença causada por
um protozoário chamado Leishmania, que é transmitida pela picada de um
inseto, o flebótomo – popularmente chamado de mosquito-palha. É a
picada do mosquito-palha que transmite a leishmaniose. Ela afeta
principalmente cães, mas também animais silvestres e urbanos, como
ratos, gatos. Atinge humanos, notadamente pessoas desnutridas ou
imunodeprimidas.
No caso dos cães infectados pelo mosquito, os
sintomas são: emagrecimento, perda de pêlos, gânglios inchados,
fraqueza, feridas, crescimento exagerado das unhas, úlceras nos olhos e
anemia. Também poderá causar o crescimento do fígado e outras
alterações. Mas atenção! – alguns destes sintomas são comuns a outras
doenças bem menos graves e muito mais comuns como a sarna e a
erliquiose (doença do carrapato). Por isso, um cão que está magro e sem
pêlos ou que perde peso e está fraco, não está necessariamente com
leishmaniose!
O diagnóstico preciso só pode ser feito por médico
veterinário, que combina exames de sangue e clínicos para chegar a uma
conclusão. Muitos animais têm sido abandonados só porque aparentam
estar doentes e isto, além de cruel, atrapalha o controle da doença que
tem causas bem conhecidas. O desmatamento é uma delas, pois “empurrou”
o inseto para áreas urbanas. O mosquito-palha gosta de ambiente escuro,
matéria orgânica (lixo; folhagem úmida; restos de comida ou de jardim;
fezes de animais). Limpe bem o arredor da sua casa e não deixe acumular
esses dejetos.
O mosquito salta como uma pulga e pousa de asas
abertas. É mais ativo ao entardecer e à noite. Por isso, é importante
usar telas e redes nos locais de dormir das pessoas e de seus cães,
trazê-los para dentro de casa à noite e telar casas e canis. Se você
vive em lugar exposto a esses dejetos (ninguém está livre de vizinhos
pouco asseados ou de áreas com matagal ou também recém-desmatadas) –
use coleiras e líquidos repelentes nos cães. Coleira Scalibor, Pulvex
pour-on, ou Advantage Max 3 são os produtos mais indicados. Há ainda a
opção de se usar o produto mais barato, Cyper pour-on, principalmente
para quem tem muitos cães. Este aplica-se no pêlo, e não na pele dos
animais, de acordo com o protocolo sugerido pelo Professor Dr. André
Fonseca (mais informações no website da ProAnima). A coleira Scalibor,
em particular, além de repelir os insetos, causa a morte dos mosquitos
que picam pessoas e animais, uma importante arma contra a doença.
Banhos
com sabão diminuem a eficácia dos produtos, porque eles dependem da
oleosidade na pele do animal para funcionarem: diminua os banhos,
substitua os banhos por escovação, ou use menos sabão. Plantar
citronela em volta da casa também é útil para repelir os insetos. Cobre
do governo o recolhimento rápido do lixo e o controle sanitário de
lixões.
A Leishmaniose pode ser prevenida nos cães pelo uso da
vacina Leishmune, já disponível em clínicas veterinárias. Estudos
demonstram que a vacina protege os cães de 80% a 95%. Primeiro,
realiza-se um exame clínico e um exame laboratorial (sorológico) para
detectar se o cão não está soropositivo antes de ser vacinado. Depois,
ele recebe três doses sucessivas da vacina, com 21 dias de intervalo
entre cada uma. Caso venha a ser testado depois e apresentar exame
positivo (porque ao ser vacinado ele desenvolve anticorpos contra a
leishmania), o laudo anterior e a vacinação são apresentados. Isto
servirá para mostrar que a reação é devida à vacinação, e não à
existência da doença.
O diagnóstico da Leishmaniose é altamente
complexo e nenhum dos métodos é 100% seguro. Por isso é preciso
realizar ao menos uma contra-prova e um exame por veterinário
competente no assunto.
Na próxima edição voltaremos ao assunto.
Então você saberá como proteger seu animal da matança inútil,
indiscriminada e injusta que muitas prefeituras promoveram alegando o
controle da doença e de como se proteger contra isso; como deve ser
feita a coleta de sangue; e conhecer o tratamento possível contra a
leishmaniose. Se tem urgência de se informar, acesse o site:
www.leishmune.com.br/faq/perguntas.frequentes.proprietarios.html.

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