O projeto Jazz no Limoeiro valoriza a música instrumental

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Um solitário pé de limão plantado dez anos atrás na calçada da movimentada rua Teodoro Sampaio serviu de inspiração ao Projeto Jazz no Limoeiro em atividade desde 2014.

Quem teve a iniciativa de reunir músicos experientes e talentosos em jam sessions foi o baiano de Mairi, Binho Luthier, proprietário do ateliê que leva seu nome e que está localizado na rua Teodoro Sampaio, onde ele desde 1998 faz manutenção de instrumentos musicais e vende acessórios. A rua reúne a maior concentração de lojas de instrumentos musicais e acessórios da América Latina. Encontrar músicos anônimos e famosos faz parte do cenário.

Binho Luthier ao lado do inspirador limoeiro (Foto/Gerson Azevedo)
Binho Luthier ao lado do inspirador limoeiro (Foto/Gerson Azevedo)
O agitado e simpático Binho recebeu a reportagem em meio dos instrumentos que está restaurando ou fazendo manutenção. Além do som do trânsito da rua, no ateliê se ouve outros ritmos produzidos pelas ferramentas na mão do luthier. Por essa experiência, Binho que gosta de tocar contra-baixo “mais por curtição” conhece muitos músicos. Bocato (trombone), Giba Pinto (baixista), Dino Verdade (bateria), Jorge Marciano (percussão) Giba Esteves (piano e teclados) e outros craques da música instrumental que têm carreira solo e acompanham outros artistas em shows ou em estúdios.

O Projeto Limoeiro teve início sob a sombra do limoeiro que fica exatamente em frente ao ateliê da Binho Luthier em 2014. “É um projeto de resistência cultural. Havia uma loja aqui na Teodoro Sampaio, a Matic, que promovia essas jam sessions. O legal é que agregava músicos de diferentes estilos e o publico assistia a concertos musicais de qualidade”, conta Binho. Entre os músicos, Binho cita Maurício Mader, Gigante Brasil, Marcinho Eiras, Tomati, Elcio da Ganda, Michel Leme e outros que ele assistiu ao vivo aos 18 anos e com o Projeto Jazz no Limoeiro busca valorizar o músico instrumental.

Na primeira edição do Jazz no Limoeiro, aconteceu sob a proteção do limoeiro e estavam o guitarrista Douglas Freme e a baixista Beatriz Ulisses. As jam sessions sempre aconteceram aos sábados. “É uma oportunidade para a divulgação dos trabalhos dos músicos e a população pode ter um contato mais próximo com a música instrumental, muitas vezes inacessível ao grande público”, lembra Binho.

Por falta de apoio e incentivo, o projeto teve algumas pausas e voltou com força total a partir de 2019. Binho faz questão de citar o apoio da escola Bateras Beat e da loja Tambore Zé Benedito. “Parceiros desde sempre”.

Binho Luthier em seu atelier na Teodoro Sampaio (Foto/Gerson Azevedo)
Binho Luthier em seu atelier na Teodoro Sampaio (Foto/Gerson Azevedo)
Com a pandemia, Binho precisou manter fechado o ateliê e o projeto deu um tempo. Mas para não ficar parado, Binho montou em sua camionete, uma oficina móvel e passou a atender aos seus clientes em sua unidade móvel. “Trabalhei muito tanto aqui em São Paulo como no litoral. Com a pandemia, muita gente teve tempo para tocar seu instrumento e alguns estavam precisando de manutenção. Também busco e levo instrumentos nas casas dos clientes”, avisa.

Com a flexibilização e mais gente vacinada, Binho retomou o Jazz no Limoeiro com sucesso. O criativo Binho é quem faz a curadoria e a escolha dos músicos e promove apresentações itinerantes de jam sessions em diversos endereços da cidade – bares, principalmente como recentemente aconteceu no Minas Frios e no Brasa e Breja, duas casas da Vila Madalena.

Para saber sobre onde ocorre as próximas apresentações do projeto, Binho recomenda acessar o @jazznolimoeiro ou o site jazznolimoeiro.com.br. “O Jazz no Limoeiro além de valorizar a música instrumental, tem o potencial da música para a transformação das relações, tornando-as mais recíprocas e amistosas”, finaliza Binho. (GA)

Binho Luthier, Rua Teodoro Sampaio, 674, Telefone 97723-2348 (Whats), @binholuthier

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