Segredos de sucesso na Vila

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Conheça as ‘fórmulas mágicas’ das grandes marcas de roupas e acessórios que estão há mais de duas décadas na região para sobreviver às intempéries da economia e às mudanças de humor do consumidor.

Nos últimos anos, com a crise econômica, a Vila Madalena, considerada um oásis de prosperidade entre os bairros da capital paulista, perdeu um pouco da pujança que sempre lhe foi peculiar. Aluguéis em alta e vendas em baixa fizeram o comércio sofrer um baque, com o fechamento de várias lojas. Mas em meio a esse cenário cinzento, muitas marcas antigas, instaladas há mais de 20 anos na região, sobrevivem firmes e fortes, fazendo com que a Vila não perca a cor. Para ir na contramão da retração econômica, essas lojas de roupas, calçados e acessórios têm como diferencial, além da boa administração financeira, o atendimento atencioso, a preocupação em oferecer o que o cliente procura e, principalmente, a paixão dos proprietários e de suas equipes pelo negócio.

CAS
CAS
Fora do aluguel A empresária Luciana Oliveira Monteiro de Castro, sócia da CAS, conta que uma das premissas para expandir seus negócios é ficar longe do aluguel. As duas lojas da marca, localizadas nas ruas Fidalga e Harmonia, são próprias. “Isso já é uma dor de cabeça a menos, pois negociar o aluguel é algo complicado”, diz. Além disso, os dois pontos foram estruturados para atender a demandas específicas: o perfil da loja da Fidalga é de roupas e acessórios para a noite e moda festa, com vestidos longos e sandálias bordadas à mão na vitrine. Já na Rua Harmonia as clientes encontram peças mais casuais, para o dia-a-dia.

Há mais de 20 anos na região, a CAS investe em coleções próprias, desenhadas e produzidas internamente, que se mesclam harmoniosamente com sapatos e acessórios inovadores, criando looks completos. “Fazemos moda para a mulher paulistana que quer ser feminina, prática, elegante e atual”, explica Luciana. Mas o que a empresária destaca como diferencial da marca é o trabalho contínuo para ‘acertar o gosto das clientes’. “Viajamos muito, pesquisamos, para oferecer aquilo que nossas clientes esperam, por isso conseguimos fidelizar,”, ressalta.

Ponta da Villa
Ponta da Villa
Amor e bom relacionamento. Para se estabelecer na Vila Madalena, Neide Cavalcante apostou em um nicho ainda insipiente na região em 1997, quando decidiu abrir uma ponta de estoque multimarcas. “Por aqui ainda não tinha nada desse tipo, daí eu resolvi inovar”, lembra. A Ponta da Villa oferece roupas e sapatos femininos e masculinos de grifes renomadas. Para manter o estoque atualizado, a proprietária negocia diretamente com as marcas, conseguindo preços mais vantajosos. Mesmo assim, ela considera que sobreviver na região não é tarefa fácil. “É preciso muito amor, acreditar no seu sonho e no investimento que fez, além de conquistar o cliente com um bom atendimento, simpatia e produtos de qualidade”, explica Neide. “As pessoas acham que você vai ganhar dinheiro só porque está na Vila Madalena, mas não é bem assim. Sem dedicação, o negócio não vai para frente”, ensina.

Para o conforto dos pés. Saber evoluir dentro de um nicho de mercado foi a fórmula encontrada pela loja de calçados Perere para sobreviver há quase 30 anos. Quando abriu as portas na região, em 1992, a Perere comercializava produtos para amputados. “Buscávamos tudo fora do Brasil, porque, na época, o País não fabricava esse tipo de material”, conta Patrícia Guedes, que em parceria com a sócia Ignez Giandalia, dirige o negócio.

Em uma de suas viagens, as sócias conheceram os calçados da tradicional marca alemã Birkenstock, voltada para o conforto dos pés, e passaram a importar os modelos. A partir daí, a Perere focou sua estratégia na venda de ‘comfort shoes’, sendo pioneira nessa área. Hoje, além da grande variedade de sandálias e sapatos Birkenstock, a loja dispõe de modelos de calçados desenvolvidos internamente e criações de renomados fabricantes nacionais e do exterior. “Somos, também, especializados em calçados para diabéticos e para clientes com alguma necessidade especial nos pés, como joanete ou dedo em garra”, complementa Patrícia. Para ela, o que diferencia a loja é o atendimento cuidadoso, prestado por uma equipe de funcionários que está há mais de 10 anos na empresa. “Nossos clientes demandam um atendimento mais personalizado, orientado por profissionais que conheçam a fundo as especificações dos produtos e são capazes de indicar o calçado adequado para cada caso”, ressalta a empresária. “E é isso que procuramos oferecer aqui”.

Arquitetura de vestir. Arquiteta de formação, a empresária Bel Paoliello sempre teve paixão por fazer roupas. Em 1997, abriu uma butique com seu nome, que por 19 anos funcionou na Rua Aspicuelta. Em 2017, a loja se mudou para a Mourato Coelho, mantendo a mesma proposta de oferecer uma moda casual chique, com coleções que privilegiam tecidos de toque leve e agradável e modelagem que valoriza o corpo feminino. “Durante todos esses anos, procuramos conhecer a fundo nossas clientes, trabalhando muito para oferecer aquilo que elas procuram”, afirma Bel. A fidelização da clientela também acontece por meio de ações bem sucedidas de marketing. “Há algum tempo criamos um cartão fidelidade, no qual a cada 300 reais em compras a cliente ganha um carimbo. Com três carimbos, ela já ganha 50 reais de desconto nas compras”, explica ela. (Lucia Oliveira)

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