Vila do barulho

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Copa deixa marcas negativas nos moradores da Vila Madalena.

Copa deixa marcas negativas nos moradores da Vila Madalena.

Sons de músicas nos bares, fogos de artifício, ronco de motores, buzinas, gritos e falatórios madrugada adentro…  Esta é a imagem atual da Vila, com problemas crônicos que, de acordo com Angela Oliveira Campo, presidente da Associação de Moradores da Vila Madalena, Sumaré e região (AMadá), “só se agudizam em datas festivas, como a Copa.”

Angela acrescenta que não foi nenhuma surpresa o bairro atrair tantos turistas brasileiros e estrangeiros neste mundial de futebol. “O que nos surpreendeu realmente foi a declaração do subprefeito de Pinheiros, que disse que a prefeitura não esperava essa concentração de pessoas na Vila.”

A “invasão” de turistas para a presidente da AMadá já era uma espécie de “tragédia anunciada”, uma vez que a briga de moradores da Vila com o barulho não é nova. “Existe um conflito antigo de uso e ocupação de solo entre moradores e comerciantes, principalmente porque há um descompasso de ações preventivas e reparadoras por parte do poder público”, complementa.

Segundo a Secretaria das Subprefeituras, desde o dia 12 de junho foram registradas cerca de 200 reclamações ao Psiu.

Para Tom Green, cofundador e representante do grupo SOSsego Vila Madalena, também Conselheiro do CADES Pinheiros e diretor adjunto do CONSEG Pinheiros, o aumento do número de barulhentos no bairro, apesar de ter surpreendido as autoridades, serve para mostrar ao mundo o que os moradores experimentam todos os finais de semana. “O barulho é constante e promete consumir o bairro como um todo se o poder público continuar desconsiderando nosso direito de sossego. Sem falar do prejuízo sofrido pelos comerciantes, que andam perdendo muito freguês ultimamente”, declara.

Como representante do SOSsego, morador e comerciante do bairro há 15 anos, Tom notou um aumento no número de reclamações desde o início da Copa, principalmente porque seu foco de atuação é o contato direto com os moradores afligidos pelo que ele chama de “uso excessivo cultural do bairro”. Para ele, as autoridades simplesmente ignoram que a Vila não tem nem suporte nem infraestrutura para eventos culturais. “A Vila ainda é um bairro de uso misto e residencial, ou seja, eventos barulhentos e festas noturnas são incompatíveis com o uso residencial, pois o limite de ruído permitido por lei é ultrapassado. O poder público deveria inibir a venda de bebida alcoólica na rua, definir limites de horário e ruídos, e fiscalizar as casas noturnas irregulares. Já para nós, moradores, só resta vender ou alugar nossas casas, como muitos outros”, finaliza. 

AMadá
vivaamada.blogspot.com.br

SOSsego Vila Madalena
www.sossegovilamadalena.blogspot.com.br

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