Vamos cambiar: troco eleição por mais Copa

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O chato é aguentar a chantagem emocional da TV mostrando cartinha de mãe de jogador, cartinha do cão, recado do papagaio ao vivo e em rede nacional e outras milongas que só aumenta o chororô e o berreiro de toda a equipe. O ilustre desconhecido que abriu a Copa também podia pular fora junto com as cantoras e as araucárias da 25 de Março excluídas nesta desejável continuidade da Copa. A nova abertura, no Estádio Mané Garrincha, cujo telão exibirá os eternos dribles do craque. E nada mais justo, vamos escalar a Elza Soares para cantar um baita samba-jazz de improviso, ecoando por todos os cantos do estádio. Galvão Bueno fará apenas a linguagem de sinais no cantinho da tela para deficientes auditivos. Vuvuzelas, chocalhos e caxirolas estariam sendo enviados pela NASA com destino a Marte para enfim oferecer o maior espetáculo da Terra também aos torcedores do espaço.

Trocar a eleição por mais Copa está sendo a grande solicitação que escuto por aí. Exceto dos moradores da Vila, que não veem a hora dessa coisa acabar, e com razão. Caso continue, e seja possível, poderíamos aproveitar e aperfeiçoar a MAIS COPA. A FIFA, pelos milhões recebidos na primeira, nesta participaria do movimento catraca livre, permitindo o acesso gratuito a toda população, além de retribuir todo o dinheiro gasto, principalmente nos estádios de Brasília e Manaus, transferindo diretamente para a construção de novas escolas, hospitais e moradias, todas no padrão FIFA e supervisionadas por ela.

Por fim, ficariam proibidas as expressões tipo: o rei, o fenômeno, o imperador etecetera e tal, e voltaríamos às expressões mais humildes e alegres. Os apelidos simples tiram “os ossos” e o peso dos nomes. Ficam mais leves, infantis, cordialmente lúdicos, como Garrincha, Didi, Fubá, Pelé, Pulga, Zico… Futebol é engano. Ilusão. É finta, corta-luz. Elástico, pedalada. A jogada é fingir que vai para um lado e vai para outro. É pensar com o corpo, esquecer a cabeça, como malandros irreverentes, com gingado que só brasileiros têm. Sem essa de complexo de inferioridade. Quero mais Copa. Se não der Brasil, “foi bonita a festa, pá, fiquei contente”.

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