A ordem é participar

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Entidade não governamental oferece cursos e oficinas aos cidadãos interessados em entender o funcionamento da gestão pública.

Um pouco pelas desilusões com os políticos e outro tanto pela urgência de soluções, moradores de bairros estão aprendendo na raça a se apropriar de seu espaço para levar melhoria ao local em vários setores. 
Dois exemplos simbólicos são a  projeção da periferia na área cultural e os movimentos de recuperação de praças realizados no Alto de Pinheiros. É com foco nessas mudanças e na descentralização da gestão pública que a Oficina Municipal, instalada em Pinheiros, realiza cursos, oficinas, e palestras dirigidas a quem quer exercer a cidadania de forma mais organizada. “Em vez de colocar um subprefeito como zelador, vamos nós cuidar do bairro ou da escola, que é extensão do quintal”, chama o diretor da organização, José Mario Brasiliense Carneiro.
As atividades oferecidas pela Oficina vão desde cursos básicos sobre o funcionamento dos poderes legislativo e executivo, eleições e sistemas partidários, dirigidos ao cidadão comum, a cursos sobre regularização fundiária, comunicação inclusiva e finanças municipais, mais voltados para quem trabalha em qualquer esfera do serviço público.
Os cursos básicos são divididos em módulos que podem ser frequentados de forma independente. No módulo “As propostas de reformas políticas no Brasil”, que será ministrado em maio, o cientista político e professor da USP, Humberto Dantas, vai explicar como funciona o sistema político no Brasil e porque a reforma política não entra definitivamente na pauta do Congresso Nacional. Cada módulo tem duração de dez horas, divididas em cinco segundas-feiras, pelo custo de R$ 20,00 cada módulo. “Em média passam por aqui mil pessoas por ano. Fora as atividades sob encomenda”, informa o coordenador de projetos, Eder Brito.
Uma dessas encomendas é o da cidade de Vinhedo, onde 60% do quadro de vereadores se renovou. “Explicamos tanto para eles como para os assessores parlamentares como montar um projeto de lei, por exemplo”, diz Eder. Para quem prefere fazer oficina, uma opção é “Gestão de Políticas Públicas”, dirigida a servidores públicos de prefeituras ou casas legislativas. Na atividade, os participantes serão orientados sobre como aplicar indicadores sociais para o desenvolvimento e execução de programas de políticas públicas. Recentemente, a Oficina fechou parceria com a Fundação Itaú Social para a formação de gestores da educação. Os integrantes da entidade atendem a convites para palestras e querem incentivar a organização de jornadas vivenciais em escolas secundárias e associações de bairros, sem nenhum custo. 

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