A obesidade, assim como o sobrepeso infantil, é uma realidade cada vez mais próxima dos brasileiros. Para enfrentar o problema, muitas vezes é necessária a ajuda profissional multidisciplinar.
A obesidade já é considerada uma epidemia mundial, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Entre crianças e adolescentes brasileiros, os números assustam: entre 5 e 9 anos, 33,5% deles estão com sobrepeso e 14,3%, obesos. O sedentarismo e os maus hábitos alimentares são apontados como os maiores culpados desse processo.
Quando o assunto é peso e sobrepeso, pediatras, endocrinologistas e nutricionistas se unem cada vez mais aos psicólogos e psiquiatras para cuidar da criança e de seus familiares. A psicóloga Alessandra Fessardi diz que a melhor maneira de abordar o assunto com os pequenos é dando bons exemplos em casa. “Dizer que um filho precisa emagrecer e continuar oferecendo na mesa alimentos calóricos e fast-food atrapalha e atrasa a solução, ou seja, não adianta proibir nada se tem oferta dentro de casa”, orienta.
Alessandra acrescenta que o primeiro passo para enfrentar o problema é a família aceitar que a criança precisa de ajuda e tratamento. “Muitas vezes, os pais, avós, tios, não enxergam a gordurinha extra, o sobrepeso e nem a obesidade como um problema, mas sim como um sinônimo de saúde. Às vezes temos de trabalhar o cuidador dessa criança para conseguirmos algum progresso. É muito importante que a família toda se envolva com essa questão.”
Após a aceitação da família, é hora de conversar com a criança sobre o assunto, sempre de forma clara, mas com delicadeza e calma. “Os pais são sempre as melhores referências para seus filhos. Sendo assim, abordar o assunto abertamente com eles é essencial”, diz Alessandra.
Não é incomum a criança obesa ou com sobrepeso ser alvo de piadas e chacotas de amiguinhos, e até de parentes com menos senso. Para ajudá-la a superar esse trauma, é preciso estar sempre atento a sinais como prostração, tristeza, isolamento social, perda de amigos e queda de rendimento escolar. Conversar abertamente com amiguinhos e parentes que praticaram o bullying, se possível, e trabalhar bem a autoestima da criança com novas soluções, mudança de hábitos e tratamento profissional multidisciplinar, quando indicado pelo pediatra ou endocrinologista. “Pais participativos e atentos ajudam muito no tratamento como um todo”, finaliza a psicóloga.
Como lidar com crianças gordinhas:1. Admita que a criança está com um problema; 2. Consulte o pediatra ou endocrinologista para saber qual melhor tratamento; 3. Fale abertamente sobre o problema com a criança, de forma clara, calma e delicada; 4. Envolva toda a família para que o tratamento dê certo; 5. Fique atenta em relação ao bullying na escola e até na família; 6. Apresente opções de esporte à criança; 7. Apoie, acompanhe, persista. Não desista até o problema estar solucionado.