Nascida e criada na Vila Madalena, Ana Maria Ângelo Pires, é daquelas moradoras que sempre teve uma intensa ligação com o bairro.
“A história da minha família está intimamente ligada à Vila Madalena. O escritor Décio Justo documentou isso no seu livro ‘Vila Madalena, História, Fatos e Fotos’ que abrange um século de história da Vila”, informa.
A irmã a chamava de Nina e assim ficou desde criança. Sua lembranças de infância são de uma Vila tranquila com suas ruas vazias e “todas as casas com janelas e portas abertas, bem diferente de hoje”, lembra. Estudou no Brasílio Machado na Rua dos Morás e formou-se em jornalismo pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado. Trabalhou em vários jornais de empresas e veículos impressos.
Aos 18 anos, casou com Domingos, conhecido como Tolé, e com ele tem dois filhos, Flávio e Mauro, donos de vários bares da Vila Madalena. Com o marido abriu uma oficina mecânica e de funilaria. “Enquanto ele atendia a clientela eu me dividia com o jornalismo e cuidava da parte administrativa da oficina”, conta. Anos depois, abriram o Bar Quitandinha.
Sempre gostou de carnaval. “Ia ver ver o bloco Coração de Bronze pela Vila Madalena”. Daí entrou na Pérola para assistir aos ensaios. “Desde que entrei na Pérola sempre desfilei e ajudo no que puder. Hoje sou diretora de patrimônio. Gosto muito do pessoal da Pérola e é um lugar onde vou para relaxar. E fico emocionada a cada carnaval”. Para provar isso, fomos encontrá-la em um ensaio vendendo as fantasias das alas para o desfile 2012.
Da escola só tem elogios. “Do presidente e o carnavalesco e passando pelo pessoal do barracão, todo mundo se empenha muito para a Pérola fazer bonito no Sambódromo”. Como tem feito nos últimos anos, ela sai como diretora e ajuda a escola na harmonia. E recomenda para quem nunca participou de um desfile que o faça. “É emocionante!”, garante.
Avó de Julia e Caio, “que são os meus amores, assim como minha família”, revela que têm outros “filhos” além dos seus. Um deles é o sobrinho Marcelo, do Jacaré da Vila Madalena.
Sobre a Vila de hoje, “gosto desta agitação e quando não venho trabalhar até fico com saudades”, conta sorrindo.