Elevando o samba

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No finalzinho do ano que passou, precisamente no dia 21 de dezembro, foi eleita a Corte do Carnaval de São Paulo de 2012, no Palácio de Convenções do Anhembi, com uma plateia repleta de representantes das escolas de samba paulistanas e convidados. Na ocasião, além da escolha do Rei Momo e da Rainha, outros dois representantes do carnaval foram apresentados, o Cidadão-Samba, Fernando Penteado, da Vai-Vai, e a Cidadã-Samba, Dona Maria Helena, da Tom Maior, e personagem da primeira edição do ano do Guia da Vila Madalena.
Nossa entrevistada conta que os primeiros contatos que ela teve com o samba aconteceram quando ela ainda era uma menina. “Eu e minhas irmãs ficávamos no portão para ver passar um cordão que se concentrava na Rua Agissé e subia a Rua Rodésia com o Livro de Ouro, pedindo donativos para ajudar nos desfile do Cordão”, relembra.
Segundo a nossa personagem, o pai não gostava que as filhas ficassem no portão espreitando aquela farra popular, que muito provavelmente surgia dos hábitos culturais da colônia portuguesa que se avolumava no bairro. Como se sabe, o costume de se brincar no período do carnaval foi introduzido pelos portugueses, no século XVI, na cidade do Rio de Janeiro.
Talvez a inquietação que o pai de Maria Helena sentia ao vê-la com as irmãs no portão para assistir ao desfile tivesse um desses dispositivos que só o destino explica, porque o samba delineou fatos importantes na vida da nossa personagem. Foi em uma roda de samba que conheceu o marido, Hélio Romão de Paula, o legendário Hélio Bagunça, o mentor da primeira roda de samba de São Paulo que acontecia no espaço São Paulo Chic e fundador da Escola de Samba Tom Maior, em 1973, no bairro do Sumaré.
De lá para cá, muita coisa aconteceu e a Tom Maior participou de muitos carnavais com uma trajetória de luta e dedicação da comunidade. As primeiras reuniões, relembra Maria Helena, foram feitas na casa do casal Marcos dos Santos e Eliza, na Rua Christiano Viana. Por quase três anos se instalaram embaixo do viaduto sobre a Rua João Moura, passaram pela Barra Funda e atualmente estão em Pinheiros. “É por isso que consideramos a Tom Maior uma escola cigana”, declara a Cidadã-Samba 2012.

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