Qual a primeira coisa que se faz ao nascer? Chorar! Usamos a voz no primeiro contato com o mundo. A voz também caracteriza estados emocionais: tristeza, alegria, agitação, medo – isso quando não a perdemos! Falar para grandes platéias ou cantar são as atividades que mais nos lembram de “trabalhar” a voz. Nessa hora, o trabalho desenvolvido por Tabajara Assumpção faz a diferença.
Cantor, violonista, compositor e professor de canto, desde 1990 ele dá aulas de técnica vocal. Ensina projeção e colocação de voz, desinibição vocal para atores, cantores, locutores ou simplesmente para quem gostar da idéia. Segundo Tabajara, “todo mundo que tem voz canta, basta gostar de música. Ninguém tem voz feia. Se estiver mal colocada, fica feio.”
As aulas são individuais e começam pela respiração. “É preciso reaprender a respirar, usar o diafragma, jogando o ar na barriga”, diz ele. Através da respiração abdominal é possível aprender a projetar a voz.
“Na hora em que a gente canta ou está discursando, tudo – pescoço, língua, maxilar, ombro, até mesmo os joelhos – tem que estar no tônus certo”, afirma o professor. “O estresse muda a voz, às vezes faz até ela falhar. Levo em consideração todo o aspecto psicológico que está embutido na voz da pessoa”, explica. E nas aulas são desenvolvidas várias técnicas para aliviar essas tensões.
Tabajara utiliza os vocalises como exercícios para projeção de voz. São exercícios que se percorrem no piano ou no violão, passando dos graves aos agudos e voltando dos agudos aos graves, com vogais ou sílabas, para trabalhar a colocação da voz, aumentar a extensão e a resistência vocal. Isso melhora a qualidade vocal. “Na primeira aula a pessoa já sente diferença na voz”, garante ele.
Mas o processo de cada um é diferente. Existem pessoas que têm mais facilidade de reconhecimento de corpo, outras não – o aprendizado vem conforme a percepção da pessoa com o que está acontecendo no seu corpo. Mas também depende de concentração, empenho. Tabajara diz que se a pessoa for muito tensa, demora mais. Quando existe algum problema físico, como calos nas cordas vocais, por exemplo, ele indica um fonoaudiólogo. “Tem coisas que o canto resolve sem precisar ir num fonoaudiólogo, como projeção de voz, desinibição vocal”.
Como bom músico, ele também dá aulas de canto com violão básico, para a pessoa poder cantar e se acompanhar. Se você tem vontade de cantar, mas é inibido por achar que não tem voz, chegou sua vez.