Kelly Monteiro
A expressão corporal é uma forma de comunicação. Dançar faz parte de todas as culturas; os ritmos sempre foram importantes nas sociedades através dos tempos, seja como forma de arte, entretenimento, ou visando o bem estar corporal e emocional. Dançar para que o corpo libere as emoções através do movimento. Usar a criatividade da dança para educar, a brincadeira e os objetos para resgatar a afetividade.
Sim. Os objetos passaram a fazer parte da dança. Panos, rolos, bicho de pelúcia, bonecos, entre outros, auxiliam a criança no processo de desenvolvimento, seja social, escolar ou emocional; e proporcionam ao adulto o resgate da sua criança interior. “Este trabalho de corpo específico ajuda a vencer as etapas do medo”, diz Regina Faria, bailarina, coreógrafa e professora que trouxe este trabalho para a Vila Madalena. No Espaço que leva seu nome, ela ministra aulas onde são trabalhadas a elasticidade, flexibilidade e o alongamento, além de prontidão e destreza. Os alunos, pouco a pouco, tomam consciência do seu corpo e aprendem a fazer os exercícios sem medo de errar.
“Aqui, todos são livres para se expressar. As crianças usam brinquedos que elas mesmas trazem de casa e depois levam de volta para repetir a dança. É assim que começa o processo de criação”, diz Regina. Ou seja, não há coreografias rígidas. A dança se mistura ao teatro, ao circo e às brincadeiras típicas da infância. O uso de bichos de pelúcia, segundo Regina, ajuda a introduzir conceitos de preservação, de cuidados com os bichos, por exemplo. Uma forma de educar para a vida.
Equilíbrio
Com os adultos o trabalho é o mesmo. Eles resgatam os movimentos perdidos, que são os da infância: deitar e rolar no chão, brincar, dançar com lenços ou reaprender se equilibrar, por exemplo. O astrólogo Geraldo Spacassassi conta que encontrou na dança criativa a completude, pois ela integra o físico, o mental e o emocional. “Nunca consegui, em outra prática, ter o envolvimento da emoção. Na música e com a dança livre, sem coreografia marcada, você pode dar vazão ao que está sentindo no momento. A prática em casa também é mais fácil. Num pequeno espaço se pode dançar com alegria e disposição. Você não só consegue equilíbrio físico como mais tranqüilidade e desibinição”. Além disso, toda forma de dança proporciona melhoria da coordenação motora, agilidade, desenvolve a musculatura corporal, melhora a auto-estima e possibilita convívio e aumento do ciclo de amizades. “Vale lembrar que não é malhação. Aqui, trabalhamos a consciência corporal”, acrescenta Elisa Suzuki Pichler, professora aposentada e aluna de Regina há vários anos.
Estes são apenas alguns exemplos do que a dança criativa pode fazer por você. Vá agora mesmo conhecer o Espaço Regina Faria, mexa o corpo e dance, simplesmente!