Saiba como proteger seu bichinho dos estrondos dos fogos de artifício.
Em nossa cultura, dias de jogos, Ano Novo, datas comemorativas importantes são sempre marcadas com queima de fogos, barulheira e aquele pânico costumeiro de cães e gatos, o que é perfeitamente natural, já que o cachorro ouve duas vezes mais que o ser humano, e o gato três!
Normal também seria se os bichinhos não sofressem com o estresse causado pelos barulhos de fogos e rojões, mas não é bem isso que acontece. De acordo com a veterinária e terapeuta Rubia Burnier, proprietária do Espaço Animal, os animais sofrem muito, até de forma física, em diferentes graus de acordo com as raças, porque esse tipo de barulho é incompreensível para eles. “O medo é a emoção mais forte dos animais. Fundamental à sobrevivência, as informações ligadas ao medo são prontamente acionadas pelo cérebro em situações de risco, desencadeando reações instintivas que nem sempre são controladas”, explica.
A especialista afirma que o sofrimento no animal pode causar reações físicas que comprometem todos os sistemas ligados a hormônios (exemplo: urinário, respiratório, circulatório) e em bichos com grau de medo extremo pode provocar até a morte. “Eu classifico o animal de acordo com a intensidade de sua resposta ao barulho. Então, em grau moderado, provoca reação de luta (latido compulsivo) ou fuga (isolamento). Em grau elevado, o animal perde o controle emocional, fica transtornado, com os batimentos cardíacos aumentados, respiração ofegante… Em geral, ele tenta alguma fuga, cavando o piso, a parede, pulando a janela, escalando o muro. Já no grau fóbico, a coisa complica: ocorre um tipo de transe, com colapso nervoso, tremores, convulsão, desmaio, perda da consciência, incoordenação motora e, em casos extremos, infarto”, revela Rubia.
A boa notícia é que toda essa fobia tem solução. Rubia diz que, através de técnicas de desensibilização, é possível obter ótimos resultados. “O ideal é treinar os animais até os quatro meses de vida, mas isso nem sempre é feito. Num cão adulto, a técnica consiste num treinamento diário de 15 minutos, que começa com barulhos esporádicos de aparelhos domésticos, estalos de palmas ou bombinhas, associados sempre a brincadeiras ou petisquinhos. Existem até CDs especiais com gravações de tiros e trovões para ajudar. Se o cão já for idoso e não responder ao treinamento, a técnica usada é a de proteção. O uso de algodões parafinados, florais, homepatia, palitos com ansiolíticos ou medicamentos, e até mesmo coletes apropriados é sempre muito útil, obviamente com indicação veterinária.”
Para gatos medrosos, Rubia indica apenas deixar rotas de fuga abertas em dias comemorativos. “O gato é diferente… quando ele se sente protegido, ele mesmo relaxa e se estabiliza”, finaliza.
Espaço Animal
Rua Fradique Coutinho, 1.677, Vila Madalena
Telefone 3034-3131
www.espacoanimal.com.br
espaco.animal@uol.com.br