Panorama da Proteção

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Recebi de Maria Augusta Toledo o texto que, com sua autorização, publicamos abaixo. Ele fala por si e mostra as várias faces do trabalho dos grupos de proteção animal. Por ser longo e ultrapassar o espaço destinado a esta coluna mensal, teremos que publicá-lo em duas partes.
“A proteção animal tem várias faces, todas elas importantes, necessárias e interdependentes. As pessoas que gostam de animais e resolvem ajudá-los procuram uma forma de atuação que combine com sua personalidade e sua disponibilidade de tempo e dinheiro. Os exemplos citados são da cidade de São Paulo, pois convivo com esta realidade. Mas sei que em outros estados também há organização e muita atividade.
Para começar, temos o protetor independente que sozinho ou com a ajuda de alguns amigos resgata, cuida, castra e doa os animais abandonados que ele encontra. Tudo isto é realizado com recursos próprios e sem qualquer apoio institucional. Este é meu caso: trabalho com a ajuda de mais três amigas e formamos o grupo Anjos para Adoção, que tem o objetivo de proporcionar a alguns animais necessitados uma vida digna e romper o ciclo dos abandonos através da castração. Assim como nós, dezenas de protetores independentes batalham diariamente com este propósito, mas não dá para citar nomes, pois a lista seria imensa.
Temos também as ONGs que normalmente têm uma estrutura para abrigar os animais abandonados e batalham o tempo todo por recursos, pois ajudam muitos animais e a verba nunca é suficiente. Exemplos: Vira-Lata é Dez, Adote um Gatinho, Associação Casa de Passagem São Lázaro, APACC, etc.
Outros protetores decidem fazer um trabalho educativo que na verdade é o alicerce de toda transformação que nós defensores dos animais pretendemos. Só mudando a mentalidade das pessoas e fazendo com que elas respeitem todas as formas de vida, poderemos ansiar por mudanças e avanços no quadro atual de abandonos e maus-tratos. Grandes exemplos são os grupos Focinhos Gelados, Holocausto Animal e o Instituto Nina Rosa.
Existem pessoas que ajudam os animais organizando Feiras de Adoção. Estas feiras são periódicas e acabam criando uma rotina: quem quer um cão ou gato já se programa para comparecer às feiras e adotar, ao invés de comprar. As feiras são muito valiosas para os protetores independentes que conseguem através delas encaminhar vários animais. Ótimos trabalhos são realizados pelos grupos Anjos dos Bichos; SAVA – Solidariedade à Vida Animal; APAA – Associação Paulista de Auxílio aos Animais, Toca dos Gatinhos e Patinhas On line, entre outros.
Mais uma forma de ajuda é a contribuição financeira para ONGs e protetores independentes e quem a presta normalmente não tem muito tempo disponível, mas quer fazer alguma coisa para melhorar a situação dos animais. Estas pessoas, chamadas de padrinhos e madrinhas, sustentam muitos abandonados e fazem sua parte com desprendimento e compaixão.
Temos também os protetores que divulgam os animais que estão em perigo nas ruas, fazendo pedidos para conseguir ração e remédios e procuram adotantes para os muitos que aguardam um lar. Este trabalho é valioso e eficaz e merece todo o nosso respeito. Muitos animais que consegui doar foram beneficiados por esta corrente poderosa que eles criam. Ponto importante é que estas pessoas divulgam sem medo do patrulhamento antiquado de décadas anteriores que pregava que você só deveria auxiliar uma criança. Hoje, este quadro está mudando e muitos começam a entender que o importante é ajudar.
Há pessoas que têm o dom de aglutinar os defensores de animais em grupos ou organizações e isto faz com que elas passem a ter voz ativa e consigam se organizar enquanto cidadãos conscientes e atuantes. É o caso dos grupos Libertação Animal, Anjos dos Animais e Projeto Esperança Animal, por exemplo.
Não podemos nos esquecer de mencionar os voluntários que dedicam seus dias de descanso para cuidar e dar um pouco de alegria aos animais que vivem uma vida triste e solitária nos Abrigos.
Já os grupos vegetarianos e veganos lutam por todas as formas de vida e trabalham para conscientizar a população sobre a importância de parar de consumir produtos que utilizam substâncias animais em suas fórmulas.”
Aí está a expressão abrangente de uma protetora. Pode parecer que já existe pessoal suficiente pra executar a tarefa a que se propõe. Não é. O trabalho é gigantesco e pouquíssimo, sob o ponto de vista institucional, é proporcionado a esta gente altruísta. Não porque se preocupa em evitar problemas – presentes ou futuros – de violência ou de saúde em suas vidas. Mas porque portam o altruísmo verdadeiro: o de auxiliar seres desprotegidos sem nada lucrar em troca, a não ser o olhar de gratidão de animais que sofreram. E a esperança de ver o mesmo olhar nos milhões que ainda sofrem.
Em setembro virá o restante do panorama apresentado por Maria Augusta.

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