Rua une moradores

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Uma pequena rua que liga as ruas Simão Álvares e Mourato Coelho uniu os moradores em defesa de seu direito de viver em paz.

A rua em questão é a Ministro Costa e Silva que foi um jurista abolicionista do início do século passado. O logradouro que pode passar despercebida por quem circula de carro tem residências (oito de cada lado) e a maioria é ocupada por moradores de muitos anos. Como a legislação permite, também tem uma ONG e uma empresa que ocupam dois imóveis.

A Associação Amigos da Rua Ministro Costa e Silva e Adjacências é formada pelos moradores e pessoas que moram nas proximidades e tem interesse em comum. “Aceitamos associados que tenham o mesmo propósito que o nosso”, informa Ana Maria Wilheim, a presidente.

A entrevista sobre a associação aconteceu na residência de Ana e teve a participação dos associados e moradores Breno Raigorodsky, Wania Forghieri, Lia Zatz e Cintia Carvalho.

“Nossa luta é uma resistência contra os desmandos dos órgãos competentes e o abuso por parte de certos comerciantes que montam seus bares e não respeitam o direito dos moradores”, explica Breno. “Queremos apenas que as leis sejam cumpridas”, reforça Cintia que além de moradora é dona de um ateliê na Mourato Coelho.

Problemas com segurança com roubos de moradores e residências, estacionamento irregular, eventos de carnaval na Vila levou os moradores a criarem a associação anos atrás. Contam que além de minimizar esses incômodos, a associação também aproximou os moradores como vizinhos e amigos.

Em cada extremidade da rua tem acesso para veículos e pedestres. (foto/Gerson Azevedo)
Em cada extremidade da rua tem acesso para veículos e pedestres. (foto/Gerson Azevedo)
“A Copa do Mundo no Brasil foi o ápice das nossas preocupações” destaca Wânia. Reclamam do lixo deixado na rua e outros problemas que afetaram os moradores da rua. Daí surgiu a ideia de instalar dois portões de ferro para veículos e pedestres nas extremidades da rua. Em 2016, obedecendo todas as exigências da lei nº 16.439/16, a associação teve a autorização para a instalação dos portões. “Depois que reunimos toda a documentação necessária, o processo foi rápido”, conta Cintia.

Além dos portões, a rua mantêm uma guarita para abrigar os funcionários que se revezam 24 horas e que monitoram a movimentação dos moradores e de quem circula pela rua, que continua sendo um espaço público com livre acesso de quem quer que seja.

Entre os problemas que ainda enfrentam está o barulho causado por alguns bares do entorno. “Sempre que nos sentimos incomodados buscamos um entendimento e vamos falar com os donos. Não somos – e nem podemos ser – contra bares ou outros tipos de comércio”, relata Ana. Felizmente, contam que na maioria das vezes, a conversa rende entendimento entre as partes. “Quando não é possível o diálogo e a solução nos defendemos juridicamente e alguns estabelecimentos foram fechados pela prefeitura por irregularidades e outros problemas”.

Os moradores reivindicam o direito de continuar a mora nesta simpática rua com toda a tranquilidade que todos merecem! (GA)

ruaparque@gmail.com

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