O chef argentino Hugo Ibarzábal, que apresentou a empanada para os paulistanos, morreu em agosto devido a um AVC.
A empanada é uma das paixões dos argentinos e de outros países da América Latina. Um pastel assado ou frito com recheio de carne bovina, de frango ou vegetais, as empanadas, eram pouco conhecidas entre os paulistanos. Na década de 1980, por conta da situação política da Argentina, Hugo Ibarzábal, sua mulher Alejandra Isasmendi e a amiga Ana Massochi vieram para São Paulo e, para recomeçar a vida, ocuparam uma pequena garagem na Rua Wisard, na Vila Madalena. Lá montaram o Martin Fierro onde a empanada era o grande atrativo, mas também serviam alguns assados como o bife de chorizo e as molejas, especialidades argentinas.
Naquela época, o bairro não tinha tantas opções como hoje e o local se tornou um ponto de reunião de moradores e do pessoal que chegava à Vila Madalena. A clientela era formada por publicitários, jornalistas, cineastas, produtores, estudantes e moradores, que sempre davam uma passadinha no Martin Fierro para saborear as deliciosas empanadas.
Os sócios decidiram vender o Martin Fierro, que hoje é o também muito conhecido Bar das Empanadas, e que obviamente oferece as empanadas em várias versões.
Com a venda do Martin Fierro, o trio argentino abriu na Vila Madalena, uma fábrica de empanadas, que atendia ao Bar das Empanadas e a outros bares e restaurantes da capital. Por conta do famigerado Plano Collor, o negócio ficou inviável e a fábrica foi fechada. Mas o desejo de continuar na atividade levou os argentinos a reabrir o Martin Fierro em novo endereço: na Rua Aspicuelta, onde se encontra até hoje, firme e forte, servindo desde as famosas empanadas, até os assados na parrilla, que se tornaram o prato principal da casa. Em 2001, Hugo e Alejandra venderam sua parte para Ana que se tornou a única dona do local.
Hugo deixou a Vila Madalena e se mudou para Embú das Artes, onde abriu o bar e restaurante Buenos Aires e ficou até 2013. Desde então continuava a produzir suas famosas e deliciosas empanadas e as vendia para restaurantes. Por consequência de AVC, Hugo morreu, aos 76 anos, no dia 14 de agosto. Todos os que aprenderam a gostar de empanadas se sentem agradecidos ao chef portenho. !Gracias, Hugo!