Vivendo e aprendendo

0
10185

O final de ano se aproxima. Enquanto alguns alunos já estão com a cabeça nas férias, outros se sobrecarregam com aulas extras para se saírem bem na última prova. Dá tempo? “Eu parto do princípio que educação sempre dá tempo. Mesmo que você tenha um mês ou uma semana. Uma vez que você conseguir ensinar para o aluno uma estratégia diferente e ele aprender, valeu a pena”, estimula uma das diretoras da Casa Cuca, Letícia Guimarães Lyle. Mas há um alerta: dá tempo de não perder o ano, porém, o aprendizado do aluno fica com uma lacuna. “Ele talvez vá bem nas provas, o que é diferente de aprender. Fica a dica: se uma criança em agosto começa a demonstrar falta de organização e de interesse, é bom você começar a pensar logo o que vai fazer no final do ano. Temos de descobrir o que a impediu de ter acesso ao conhecimento e ajudá-la a entender de uma maneira diferente”, pontua.

Letícia Guimarães é mestre em Educação Inclusiva pela Universidade de Columbia, nos EUA. Junto com a irmã, a psicóloga, mestre e doutoranda em Psicologia Experimental, Thais Albernaz Guimarães, criou a Casa Cuca, empresa que desenvolve ferramentas para pessoas de todas as idades com dificuldades de aprendizado. Há materiais indicados para auxiliar profissionais que trabalham com educação: são quatro softwares que, associados a um serviço de acompanhamento pedagógico e de avaliação, desenvolvem habilidades cognitivas importantes para o aprendizado. “Nosso maior foco é linguagem, tanto português quanto inglês, e o pensamento lógico, a matemática. Trabalhando essas duas áreas, o conteúdo das outras vem fácil. Fazemos um trabalho conjunto com os alunos com esse material. Eles vêm aqui algumas vezes, mas a maioria do trabalho é feito em casa”, detalha.

O Fast ForWord é um dos materiais utilizados – que conta também com fonoaudióloga e linguista –, para atender quem tem dislexia, dificuldade em ler e escrever. “Nós tentamos fortalecer as habilidades cognitivas que vão apoiar o trabalho de leitura e escrita, como memória, atenção, velocidade no processamento de informação e sequenciamento lógico.” Outro problema cujo diagnóstico é recente é a discalculia, conhecida como a dislexia da matemática, em que a pessoa tem dificuldade para fazer contas. 

A Casa Cuca ajuda a desenvolver estratégias para que o aluno trabalhe sua dificuldade. “As pessoas aprendem de maneira diferente e encontrar um caminho diferente de passar a informação garante a elas um acesso melhor ao conteúdo”, finaliza.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA