Talentos da Zona|Oeste

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Quarteto da região acaba de lançar dois CDs, um dos quais em parceria com o violonista Cau Karam.

Ao responderem sobre seu estilo musical, os quatro componentes do À Deriva são unânimes em dizer que o que fazem é uma música instrumental, improvisada, advinda do jazz, mas que não se restringe a um único estilo ou gênero musical. “Procuramos não rotular, principalmente porque interagimos muito durante nossas apresentações”, diz Daniel Muller (piano e acordeom).

Com nove anos de existência e três CDs já gravados (À Deriva, À Deriva II e Suíte do Náufrago), o grupo acaba de lançar mais dois “praticamente encavalados” (Móbile e De Senhores, Baronesas, Botos, Urubus, Cabritos e Ovelhas, em parceria com o violonista Cau Karam), como define o baterista Guilherme Marques.

Atualmente focados nas apresentações em espaços culturais e teatros, o quarteto é composto por músicos profissionais, vizinhos de bairro e que vivem 100% de música. Daniel e Guilherme moram em Perdizes, o contrabaixista Rui Barossi, na Vila, e o saxofonista e flautista Beto Sporleder, no Sumarezinho. “Temos nossos projetos paralelos, também voltados para a música”, acrescenta Beto. Ele, que tem muita experiência com sons instrumentais, hoje desenvolve projetos focados em música infantil, além de acompanhar outras bandas em casas de show.

O eclético Rui, além de tocar no À Deriva, participa de apresentações musicais com grupos de teatro, toca no grupo Comboio, com Daniel e Guilherme, e com o conjunto de tango Gato Negro. “Não sei dizer exatamente qual estilo de que mais gosto, pois o que quero é ampliar, ou melhor, derrubar fronteiras. Para mim só existem dois tipos de músicas: as boas e as ruins”, declara.

Guilherme é o componente que mais envolvimento tem com aulas. “Além deste meu trabalho, toco numa banda de música judaica tradicional e dou aulas numa faculdade e em duas escolas de música”, revela.

Já Daniel, que tem um pezinho na música brasileira de raiz, participa do grupo de choro Quatro a Zero e do Conversa Ribeira, que faz canções inspiradas no universo caipira. Quanto à região que residem, ele define como um local onde permanece um certo clima de bairro. “Apesar da expansão, ainda é possível morar numa casa com quintal.”

Para curtir a música do À Deriva, basta fechar os olhos e se preparar para entrar num universo repleto de sons inusitados, sensações diferentes e ótimo gosto musical. Boa viagem!

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