Perguntar não ofende

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Perguntar não ofende

Pensei que com a maturidade nada mais me causasse espanto. Não daquele que arrepiava a gente de terror e pânico, e desse eu tenho até saudades, mas desentendimento e incompreensão. Fico preocupado com meu estado. Não tenho certeza se ainda tenho tempo para elucidar esse enigma. Eu sei que o mundo está muito complicado, não venha me dizer. Mas o povo brasileiro endoidou.
O mundo tenta explicar de todas as maneiras suas aberrações fazendo paralelo até com o aquecimento global, passando por agrotóxicos e de sobra a superpopulação. Tudo bem. Todo esforço é válido. Se justifica também aqui no Brasil. Mas o nosso caso transcende. Só Caetano cantando ”Mexe qualquer coisa dentro doida” para cercarmos a anomalia.
Cotidianamente recebemos notícias de chacinas. Oito, dez mortes por noite em São Paulo. Uma discussão sobre PCC e polícia. E cai secretário de segurança, desce a aprovação do governador. O comando vem de dentro do presídio. Mas se estão presos, como ordenar essas matanças? A ineficiência do Estado gera medo e insegurança, portanto. Isso pra falar de Sampa, o que não difere dos outros Estados.
Os engarrafamentos são medidos por quilômetros. Em nenhuma cidade brasileira é possível se deslocar no horário de pico. E as mortes geradas nos acidentes de trânsito crescem geometricamente. A violência doméstica também assusta, com a quantidade de mulheres ultrajadas. A corrupção política nos sufoca. É só abrir os olhos e ouvidos que recebemos informações terríveis do que parece ser uma batalha sanguinária em todas as frentes. Vocês perguntam: “E a novidade?”
Pois é. Aí é que mora o perigo. Recentemente, tive acesso a uma pesquisa, feita por um sério instituto, que diz ser de 80% o índice de satisfação dos brasileiros. Será que é esse país que queremos construir? Ou tá todo mundo louco? Perguntar não ofende.

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