O samba da saudade

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Foto:

Cidão com sua esposa Rose

Ele nasceu em Minas Gerais, migrou para o Paraná onde viveu a infância e adolescência, veio para São Paulo para trabalhar como caminhoneiro, para dar uma força para os pais que ficaram trabalhando no campo. Quando se aposentou, a ideia de ficar de chinelos e calção não o atraiu e resolveu, então, tocar um café, em parceria com a Rose, a segunda esposa, com a qual se casou em 2002.
Rose contou que no começo das atividades, o café não vingou. Alguns amigos sugeriram abrir para o almoço, outros diziam para colocar música ao vivo. Passaram a abrir durante a noite e a colocar as músicas que o público sugeriu e a coisa pegou. Logo a casa ficou conhecida como o Bar do Cidão e não raro lotava.
Gostava de dançar e era fã incondicional de Beth Carvalho, que um belo dia visitou o boteco e quase matou o cara de emoção. Refúgio garantido da boemia, as paredes do local estão recheadas de fotos de momentos memoráveis de frequentadores e artistas.
Alguns reclamavam do atendimento que às vezes não dava para ser tão rápido, mas a alegria era garantida. Samba, cerveja gelada, porções de frango à passarinho no alho fazem a alegria de muita gente, até hoje.
Figura folclórica da noite paulistana, Cidão teve quatro filhos. Três no primeiro casamento e 1 garoto, com Rose, o José Maria, que hoje está com seis anos. No último dia 23 passou mal e foi para o hospital, onde morreu vítima de uma parada cardíaca. Dias antes, contou a mulher, Cidão esteve internado por complicações da diabetes, doença que negligenciava e não fez o tratamento correto.
No pequeno bar cujo salão abriga mesas e cadeiras em fórmica, Rose continua recebendo os amigos e clientes de todos os tempos. À reportagem contou que fará uma homenagem para o marido, até o final do mês de agosto. Os músicos que passaram pela casa e os que ainda estão se apresentando por lá, farão um especial para lembrar a memória do amigo querido.
Quem quiser participar do evento, é só entrar em contato e reservar um cantinho, porque difícil será quem não vai querer participar dessa homenagem.

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