Em nome do pai e da mãe

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Todos os dias acontecem mudanças por aqui. Essa dinâmica é uma característica forte da região, afinal, por aqui aportou uma turma ligada à intelectualidade beneficiada pela proximidade do campus uspiano. Moravam por essas bandas historiadores, professores, escritores, cineastas, fotógrafos, artistas plásticos. Muito provavelmente a Vila Madalena foi o maior reduto de cineastas e afins nos anos 1980.
Cassio Machado, filho de Aderval Machado, o cara que comandou a cozinha do Terraço Itália durante seis anos, fazia cinema. Para ajudar a manutenção dos estudos, começou como cumim, aos 18 anos, nesse restaurante de culinária sofisticada. O estudante de cinema não parou por aí e hoje é um dos principais nomes da gastronomia brasileira.
Consagrou algumas casas como a Danceteria Cha Cha Cha, o restaurante Di Bistrot e o B&B Burguer e Bistrot. Atualmente comanda o Ringue Lounge, o Rex Food & Drink e o novíssimo Carmen Di Granatto, na rua Aspicuelta.
Com a energia de um relâmpago que tanto ilumina quanto incendeia, Cassio Machado faz fusão com aquilo que conhece e o faz feliz: boa cozinha, música para ouvintes exigentes, cenários chiques e transados e, claro, inventividade acelerada.
Perguntado como é que faz para comandar três casas badaladas ao mesmo tempo, o chef e restauranteur não se aflige e lembra que já dirigiu, simultaneamente, sete casas frequentadas por um público ávido, cosmopolita, moderno e que passa longe da futilidade.
No cardápio, não espere pelo comum. “A matéria-prima é bem brasileira: milho, mandioca, abóbora; mas a técnica é francesa. Não é questão de receita, é como a bossa-nova: pegaram o samba e fundiram com o jazz”, comenta, dando um sinal daquilo que o chef é capaz de criar. E, arremata, apontando para o pai, sentado à sua frente: “A cozinha dele é tradicional e a minha é mais próxima com a culinária da minha mãe, Dona Firmicia, que tem uma irreverência estética muito grande”, avalia.

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