Pintando a|Bahia na Vila

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A Vila Madalena é reduto de artistas, todo mundo sabe disso. E Vidal Moraes, nosso personagem desta edição, é um deles. Baiano, autodidata, suas pinturas remetem a sua infância, sua origem na saudosa Salvador. São 50 anos de São Paulo, mas a memória continua intacta: ladeiras, casarios, cores, tabuleiros, tudo está retratado em seus quadros. “Foram 12 anos de Praça da República e mais oito de Embu, só depois que me instalei aqui, e não saio mais. Não menosprezando as praças, que são cheias de bons artistas, mas prefiro ficar por aqui. As pessoas vêm ver meus quadros… dá uma ênfase maior, valoriza mais o trabalho da gente”, diz Vidal, que veio para São Paulo para fugir da mesmice praia, carnaval, capoeira, enfim.
Além das cenas pitorescas da Bahia – detalhe: ele não usa referência alguma, tudo sai da sua cabeça, lembranças vívidas do passado –, Vidal também pinta quadros abstratos: “São para fazer pesquisas de cores. Os abstratos são mais para exercício mental”, explica. Como está sempre buscando exercitar sua criatividade, ele também se aventura nas esculturas, criando peças com fragmentos de materiais que vai colhendo por aí: alicates, engrenagens de bicicleta, maçanetas, que formam as mais variadas formas.
A fama de Vidal corre mundo afora: “Este ano eu mandei telas para vários países: Portugal, Inglaterra, Holanda, Austrália e Itália. Ultimamente meus quadros estão indo mais para o exterior do que aqui. Também vem muito turista aqui na galeria”, revela o artista, lembrando que muitos de seus clientes são da Vila Madalena.
Ele também trabalha com molduras. “Faço todos os tipos de molduras. Geralmente o cliente já sabe o que quer, mas, quando me pede opinião, sempre tenho bons palpites”, diz.
Vidal gosta de pintar nas madrugadas, onde o silêncio contribui para revelar novas cenas e novas cores. “O meu trabalho é único na criação, nunca vai ter outro igual. Eu não gosto de repetir uma pintura!”, finaliza.

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