Quem circula pela Vila Madalena já pode notar que as ruas do bairro estão um pouco diferentes: muitas delas estão sendo recapeadas e algumas travessas estão recebendo nomes de personalidades do mundo da música.
A Prefeitura de São Paulo mantém o serviço de tapa-buraco em atividade, mas o envelhecimento da malha viária aumenta cada vez mais a demanda. Os buracos nas ruas da cidade são formados principalmente por três fatores: chuva, concessionárias de serviços e combinação da carga pesada dos caminhões com o óleo diesel deles que cai sobre o pavimento.
Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa da Subprefeitura de Pinheiros, além dos R$ 4,5 milhões investidos, em 2005, para o tapa-buraco, a Secretaria Municipal das Subprefeituras aplicou R$ 35 milhões em recapeamento das principais avenidas da cidade, sem contar o que foi executado por outras secretarias e pelas subprefeituras isoladamente. E essas obras chegaram à Vila, dando continuidade ao Programa de Recapeamento Asfáltico, realizado pela Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.
Na primeira fase do programa, foram realizadas a fresagem e o recapeamento de 35.000 m² da avenida Marginal do rio Pinheiros, em sua pista expressa, no trecho compreendido
entre a avenida Jornalista Roberto Marinho e a Ponte Ary Torres. Já na quarta fase do projeto, as melhorias compreendem 62 vias. 577.000 m² estão na região da Subprefeitura de Pinheiros, que terá 38 vias contempladas nos distritos de Pinheiros e dos Jardins. Somente na Vila Madalena, ruas como Diógenes Ribeiro de Lima, Fradique Coutinho, Artur de Azevedo, Capote Valente, Cunha Gago, Harmonia, Paulistânia, Girassol, Fidalga, Purpurina, Rodésia, Aspicuelta, Mourato Coelho, Luis Murat, Inácio Pereira da Rocha, João Moura e Abegoária já estão sendo recapeadas.
O Programa também visa ações voltadas para a recuperação do passeio público. O projeto “Passeio Livre” tem como objetivo padronizar as calçadas para que não tenham mais degraus, por exemplo. Segundo o supervisor de cultura da Subprefeitura de Pinheiros, Fernando Guimarães, essas obras na Vila Madalena vêm ao encontro do conceito de uma “Vila Cultural”, além de incentivar o turismo. “Ainda temos outro projeto com o Aprendiz de instalar mosaicos nas rotatórias do bairro e aqueles moradores que puderem colaborar com o 'Passeio Livre' terão apoio da Subprefeitura”.
Além do recapeamnto e da revitalização dos passeios, vários logradouros do bairro estão ganhando nomes de artistas. Grande parte do bairro da Vila Madalena fica em declive montanhoso com ruas paralelas que acompanham as curvas de nível. Para ligar uma rua à outra foram abertas travessas (escadarias) de pedestres. Como essas travessas não tinham nome surgiu a idéia de homenagear personagens que compõem o cenário recente da Vila. Para tanto, foram escolhidos artistas que figuram no repertório da comunidade.
A Vila ainda mantém um perfil artístico e boêmio, que começou no final dos anos 1970, se reforçou nos anos 1980 e se consolidou nos 1990. Os artistas escolhidos para dar nomes aos logradouros representam bem essas fases: Tim Maia (anos 1970), foi o nome dado a uma passagem que liga a rua Girassol com a Pedro Ortiz; Renato Russo (1980), é a travessa da rua Borges de Barros; Chico Science (1990) é a escadaria continuação da Werner Sack, travessa da Heitor Penteado (próxima a Cerro Corá) e que termina na rua Orós; e Cássia Eller (1990 e 2000), a travessa que sai da Rua Borges de Barros e liga, de forma sugestiva, a travessa Aurora Contieri onde fica a praça Cazuza, compositor mais interpretado por Cássia. A quinta passarela chama-se Mestre Ambrósio – escadaria que faz a ligação da rua Pereira leite com a rua Orós -, que, além de ser o nome de uma banda pernambucana conhecida, é também um personagem do folclore pernambucano muito citado por artistas como o brincante Antonio Nóbrega.
Esta é uma forma singela de homenagear artistas que marcaram uma geração e que merecem ser lembrados pelas novas gerações. Quem ganha é a Vila Madalena.