Um clube diferente

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Criado para resgatar e promover a cultura brasileira, o Clube Etílico Musical é uma dessas coisas surpreendentes da Vila Madalena. Quem chega ao portão azul na Fradique Coutinho não imagina que por detrás dele haja gente simpática ouvindo e tocando música de qualidade; um clube para quem gosta do que é bom.
Tudo começou quando o espaço abrigava uma lavanderia. Mary Lúcia Prado – a Meirinha -, e o pianista e compositor Paulo Muniz, ou Kanneco, costumavam reunir os amigos depois do expediente para um bom churrasco. Segundo eles, a idéia inicial era fundar um Clube da Cachaça, não muito comum por aqui. Porém, como as pessoas gostam mesmo de uma boa cervejinha para acompanhar o churrasco, nada mais apropriado do que um Clube Etílico, dando espaço para todo mundo. O gosto por música de qualidade, como samba, chorinho e MPB, também fez com que mais e mais músicos fossem se reunindo e então nasceu o Clube Etílico Musical (C.E.M.). “Nossa música é muito rica e não podemos deixar que isso se perca”, diz Meirinha. “Aqui, além de música, temos espaço para outros eventos culturais como saraus e apresentações de novos talentos”.
Tudo no Clube é muito simples. Ao chegar, basta bater no portão que logo, logo alguém vai atender. Geralmente um amigo ou parente do músico que está se apresentando no dia, e que faz às vezes de recepcionista, afinal, a renda da portaria é o cachê do artista. No fundo da garagem, coberta e com mesinhas, fica o palco. Kanneco, às vezes, vai pra o piano e dá um show a mais Meirinha recebe os amigos e conversa com quem vai pela primeira vez ao Clube. Enfim, a gente se sente em casa.
Quando o show começa, só fica parado quem quer. De Chiquinha Gonzaga a Paulinho da Viola e Chico Buarque, a música rola solta, bonita e com muita qualidade. “E a música seleciona mais do que qualquer coisa”, lembra Meirinha. “Se você gosta de música clássica, por exemplo, você não vai aonde toca rock. Quem vem aqui já sabe o que veio fazer, de um modo geral”. Ela acrescenta ainda que “tem muita gente boa que não é divulgada. É um trabalho de formiguinha ajudar a apresentar esses bons músicos”.
É por isso só vai ao Clube quem conhece alguém do Clube. A propaganda é boca a boca e tem dado certo. Mas Meirinha avisa: “Não somos bar, tanto que nosso serviço é bem básico, com cerveja, caipirinha e uísque. E temos só três tipos de churrasco: carne, lingüiça e queijo. E batata frita. E acabou!”.
E ainda assim a “família” cresce! Cresce tanto que já conta com 50 sócios. E frutifica: em 2002 foi criado o “Filho da Mamãiss”, bloco carnavalesco que sai pela Vila Madalena 15 dias antes do Carnaval. No último desfile reuniu cerca de 500 integrantes. Folia garantida, com kit bloco que dá direito à camiseta vale-chope + CD + cachacinha personalizada.
Quer conhecer? Às sextas-feiras o espaço é reservado para vários tipos de música. No sábado, é a vez da roda de samba, com dois grupos diferentes: Perna de Cobra e Novos Boêmios. Aos domingos, esporadicamente, tem chorinho. O Clube Etílico Musical abre às 18h30 e a entrada é de apenas cinco reais. Ah! E os ensaios do bloco já estão para começar. Quem quiser participar da folia ou mesmo descobrir o Clube basta entrar em contato com Meirinha. Diversão garantida.

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