Somos o vice pior do mundo

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Saiu em todos os jornais que o Brasil é o penúltimo país em distribuição de renda do mundo. A pátria da injustiça, pois devemos ser hoje, a décima economia mundial. E nós que estavamos com a moral alta, despencamos para um fosso sem fim. Tudo isso é inaceitável. Tenho dito que conviver com isso é absolutamente impossível, nós sabemos. Mas o que me preocupa muito não são esses dados alarmantes, e sim o desânimo que nos abateu. O sonho, a auto-estima do brasileiro que está indo célere pro ralo. Vejam que nenhum dos instrumentos tradicionais da nossa cultura para operar o milagre da recuperação do ego pátrio, estão fora do jogo. Não teremos Copa do Mundo este ano e o próprio futebol jogado no campeonato nacional, não anima ninguém. Não temos eleições, para inventar esperanças, nem novelas de televisão arrebatadoras. E um povo desanimado é presa fácil da tristeza e do autoflagelo.
Desde a eleição do Severino para presidência da câmara federal, que eu intui a possibilidade de estarmos dando um cavalo-de-pau, no caminho sonhado de dias melhores. Outros sinais mais subjetivos acontecem em todas as conversas. O Mineiro me disse, não sabe se é pelos cabelos brancos já abundantes, ou se pela barriga avantajada, esta se tornando um homem invisível. Nenhuma moça mais lhe olha com qualquer sacrossanto interesse. O Edmundo, outrora dinâmico, revela-se abatido por uma misteriosa e avassaladora preguiça. Hoje, juntando todas essas peças, consigo ler com clareza, que entramos definitivamente numa quadra pesada. Que não adianta vontade férrea para enfrentar tal situação. Ao contrario. Isso é perda de energia.
Devemos admitir essa nova realidade e achar algum elixir, alguma porção mágica, quem sabe carnavalizando a deprê de junho numa imensa quadrilha caipira, que termine naquela fogueira transcendental, onde alem de lenha e batatas, também asse o baixo astral recém-instaurado.

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