Reflexões de Arnaldo Antunes

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Kelly Monteiro
Um dos maiores nomes da música popular brasileira, o ex-integrante da banda de rock Titãs, Arnaldo Antunes, acaba de lançar o livro “Como é Que Chama o Nome Disso”, editado pela Publifolha. Este morador da Vila Madalena mostra que, além da música, é referência quando se trata da poesia brasileira atual, assim como das artes visuais. Em 13 de dezembro de 2006, Arnaldo recebeu amigos e fãs na Livraria da Vila para a noite de autógrafos.
Assim como não existe uma palavra fácil para descrever um artista múltiplo como Arnaldo Antunes, um livro como o seu não tem um gênero definido: reúne os melhores poemas, ensaios, letras de música e caligrafias, selecionadas pelo próprio compositor, acrescidos de um livro inédito de poemas (Nada de DNA) e de uma longa entrevista com Arthur Nestrovski, Francisco Bosco e José Miguel Wisnik, além de um ensaio introdutório de Antonio Medina Rodrigues.
Expressão brasileira
“É uma antologia em que eu compilei vários poemas de todos os livros que já lancei, desde o começo dos anos 80 até hoje. Tem uma parte de textos inéditos, letra de música, algumas caligrafias… É uma panorâmica sobre o meu trabalho poético, gráfico e tal. É um livro bem abrangente”, diz Arnaldo.
Ativo em várias frentes há mais de 20 anos, Arnaldo Antunes encarna como poucos essa característica insólita da nossa arte, em que os segmentos mais distintos se cruzam para compor uma expressão brasileira. Nesse contexto, a divisão tradicional entre “alta” e “baixa” cultura deixa de fazer sentido, bem como as distinções rápidas entre o “nacional” e o “estrangeiro”. “A música e a literatura são atividades paralelas, as duas tratam com a palavra, então tem um diálogo constante entre as duas atividades”, complementa ele.
O livro já está a venda e é uma boa sugestão de leitura para as férias.

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